Moratória dos empréstimos à habitação que acaba em Março totaliza 3,7 mil milhões
Valor dos empréstimos de particulares e empresas em moratória pouco diminuiu face ao máximo, totalizando 45,7 mil milhões em Janeiro.
O montante de empréstimos à habitação que terminam em Março, isto é, cujos pagamentos terão de ser retomados em Abril, ascende a 3,7 mil milhões de euros. Este é o montante de crédito, para fim de habitação, que está na moratória privada, a que foi criada pelos bancos, correspondendo a 21% do total incluído nas medidas criadas para minimizar o impacto económico da pandemia de covid-19.
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O montante de empréstimos à habitação que terminam em Março, isto é, cujos pagamentos terão de ser retomados em Abril, ascende a 3,7 mil milhões de euros. Este é o montante de crédito, para fim de habitação, que está na moratória privada, a que foi criada pelos bancos, correspondendo a 21% do total incluído nas medidas criadas para minimizar o impacto económico da pandemia de covid-19.
Por outro lado, o total de crédito das famílias que está tanto na moratória pública como na privada é de 20 mil milhões de euros, dos quais 17,1 mil milhões (ou 86%) relativos a crédito à habitação, de acordo com dados do Banco de Portugal, divulgados esta quarta-feira.
O montante total de empréstimos em moratória, de empresas e particulares, continua perto do máximo, atingido em Setembro de 2020, de 48,1 mil milhões de euros. No final de Janeiro, o valor ascendia a 45,7 mil milhões de euros, ou seja, apenas uma pequeno montante retomou o seu pagamento, ou porque a moratória terminou (como aconteceu em algum crédito ao consumo) ou porque os clientes optaram por pôr fim a essa medida.
O crédito às empresas abrangido pela medida que suspendeu o pagamento de capital e juros ascendeu a 24 mil milhões de euros, correspondendo a 33,2% do total de empréstimos concedidos pelas instituições financeiras a este tipo de clientes, ou seja, um terço do total. O número de devedores neste segmento ascendia a 54 mil, no final de Janeiro, do qual 99% pertencente ao universo das pequenas e médias empresas (PME).
Ainda no segmento das empresas, o crédito em moratória dos sectores mais vulneráveis, tais como definidos no Decreto-Lei 22-C/2021 de 22 de Março de 2021, totalizava 8,4 mil milhões de euros, o que representava 34,4% do total de empréstimos das sociedades não financeiras em moratória. Ou seja, cerca de um terço dos empréstimos está nos sectores que mais preocupam o Governo e a banca, por terem a sua actividade particularmente afectada pela pandemia, como é o sector do comércio, alojamento e restauração.
Dentro dos sectores mais afectados, no do alojamento e da restauração o crédito em moratória correspondia a 57% do total dos seus empréstimos.
No caso dos particulares, os 20 mil milhões de euros representam 16,1% do total de empréstimos concedidos às famílias. Desse montante, 86% correspondia a empréstimos para habitação, e o restante a crédito ao consumo e para outros fins, como educação.
O número de devedores neste segmento, 408 mil, permite concluir que cerca 8,8% dos particulares tinham pelo menos um contrato abrangido por moratória, revelam os dados do BdP, que passou, a partir desta quarta-feira, a divulgar informação mais detalhada sobre as moratórias. Essa informação será actualizada mensalmente.
Para além dos 17, 1 mil milhões de euros de crédito à habitação, os particulares têm ainda cerca de 2,9 mil milhões de euros noutros créditos, a maioria dos quais ao consumo.
Em relação a este montante, o BdP não desagregou o que está na moratória privada e pública, sendo que a maioria está seguramente na medida criada pelos bancos, uma vez que a do Estado abrange apenas o crédito para fins de educação.
A moratória de crédito ao consumo privada vence no próximo mês Junho e apenas a pequena parte que está na pública terminará em Setembro.
Para além dos números, o BdP não divulgará dados mensais sobre a qualidade/risco do crédito em moratória, alguns dos quais serão divulgados com o boletim económico, a divulgar esta sexta-feira.