Com 52 anos, esta modelo indiana de lingerie quer inspirar a mudança

“As mulheres já não servem para se tornar modelos de lingerie depois de uma certa idade?”, pergunta Geeta J na petição, que tem o objectivo de incentivar a contratação de mulheres mais velhas para campanhas publicitárias.

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Já viu algum anúncio de lingerie com uma mulher mais velha? É raro e, por isso, uma modelo indiana, de 52 anos, lançou uma petição para incentivar as empresas de roupa interior a contratar mulheres mais velhas. O objectivo, esclarece Geeta J, é que a indústria torne mais inclusivas as campanhas promocionais.

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Já viu algum anúncio de lingerie com uma mulher mais velha? É raro e, por isso, uma modelo indiana, de 52 anos, lançou uma petição para incentivar as empresas de roupa interior a contratar mulheres mais velhas. O objectivo, esclarece Geeta J, é que a indústria torne mais inclusivas as campanhas promocionais.

Ainda que, nos últimos anos, o paradigma se tenha vindo a alterar lentamente, a indústria da moda é conhecida pela discriminação face à idade. Geeta J, antiga professora, só começou a trabalhar como modelo aos 50 anos. Agora, aos 52, lançou uma petição online para tornar a moda de roupa interior mais inclusiva — evitar que apenas mulheres jovens apareçam nas campanhas promocionais.

 “As mulheres já não servem para se tornar modelos de lingerie depois de uma certa idade?”, pergunta Geeta na petição lançada na plataforma Change.org. Nas redes sociais, o tópico pode encontrar-se com as hastags #AgenotCage e #LingerieHasNoAge.

A profissão de Geeta J não é vista de forma convencional numa sociedade tão conservadora como é a Índia, onde as normas culturais e religiosas limitam a liberdade das mulheres para vestirem o que quiserem. Em entrevista à Reuters, a modelo explica que, “depois dos 40 anos”, estas normas se tornam ainda mais restritivas.

A petição para incluir mulheres mais velhas no sector da lingerie já conta com mais de 11 mil assinaturas. O apelo é dirigido sobretudo ao CEO de uma conhecida empresa de roupa interior indiana, a Zivame. “Isto vai levar a uma mudança de pensamento no nosso país, onde se pensa que, depois dos 40, as mulheres se devem vestir e comportar de uma certa forma”, sublinha Geeta, que espera que a mudança se estenda a mais empresas.

Para Geeta, a incursão pelo mundo da moda começou depois de ter ganhado um concurso de beleza para mulheres mais velhas. A família e amigos apoiaram a decisão de deixar o ensino para se dedicar à moda. Ainda assim, a ex-professora reconhece que, aos 50 anos, a maior parte das mulheres indianas teria muita dificuldade em tomar a mesma decisão e, por essa razão, deixou uma mensagem de incentivo: “Quero dizer a todas as mulheres que devem preocupar-se e apoiar os sonhos dos seus maridos e família, mas nunca pensem que a vossa própria vida e os vossos sonhos não são importantes.”