Preço das casas subiu na pandemia mas negócios caíram pela primeira vez desde 2012
Média de preços aumentou 8,4% em 2020. Variação de preços no quarto trimestre foi mais elevada (8,6%) do que a média do ano.
A pandemia de covid-19 e as restrições impostas para a combater não impediram um forte crescimento dos preços das habitações transaccionadas, mas o número de negócios caiu pela primeira vez desde 2012. O Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 8,4% em 2020, apenas menos 1,2 pontos percentuais do que em 2019, com o aumento médio anual nas habitações existentes (8,7%) a superar o sentido nas habitações novas (7,4%).
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A pandemia de covid-19 e as restrições impostas para a combater não impediram um forte crescimento dos preços das habitações transaccionadas, mas o número de negócios caiu pela primeira vez desde 2012. O Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 8,4% em 2020, apenas menos 1,2 pontos percentuais do que em 2019, com o aumento médio anual nas habitações existentes (8,7%) a superar o sentido nas habitações novas (7,4%).
De acordo com dados revelados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no último ano foram transaccionadas 171.800 habitações, menos 5,3% do que em 2019. Mas o valor total, de 26,2 mil milhões de euros, representa um aumento de 2,4% face ao ano anterior.
“Em Janeiro e Fevereiro, ainda no período pré-pandemia, registaram-se aumentos homólogos de 9,4% e 3,5%, respectivamente, no número de transacções. Seguiu-se um período, de Março a Outubro, em que se observaram taxas de variação homólogas negativas, com maiores amplitudes no segundo trimestre (-21,6%) em consequência das medidas de restrição à circulação e à actividade económica então adoptadas”, avança o INE, acrescentado que, posteriormente, “em Novembro e Dezembro, registaram-se aumentos homólogos de 4% e 12,6%, respectivamente, no número de vendas”.
Entre as transacções realizadas em 2020, apenas 15,5% respeitaram a habitações novas, mais 0,8 pontos percentuais que no ano anterior.
Em valor, as transacções de habitações novas aumentaram 9,3%, para 5,4 mil milhões de euros, e o montante negociado nas habitações existentes aumentou 0,7%, para 20,8 mil milhões de euros.
Do total de transacções registadas em 2020, 48,7% concentraram-se na região norte (28,7%) e no centro (20,0%), ganhando o peso mais elevado desde 2014. O Alentejo (6,9%) e a Região Autónoma da Madeira (1,8%) foram as restantes regiões a registar um aumento nas respectivas quotas.
Já a Área Metropolitana de Lisboa registou, pelo segundo ano consecutivo, uma redução de um ponto pontual no seu peso relativo regional, fixando-se em 33,5%, e no Algarve menos 0,7 pontos percentuais, para 7,6%.
Aceleração no final do ano
No quarto trimestre de 2020, a taxa de variação homóloga do IPHab foi mais elevada do que a média do ano, de 8,6%, e mais 1,5 pontos percentuais do que nos três meses anteriores. No período em causa, os preços das habitações existentes aumentaram a um ritmo inferior ao das habitações novas, 8,5% e 9%, respectivamente.
De acordo com os dados do INE, entre Outubro e Dezembro de 2020 transaccionaram-se 49.734 habitações, traduzindo-se numa taxa de variação homóloga de 1% e num aumento, face ao trimestre anterior, de 10,2%.
Nos últimos três meses do ano, o valor das habitações vendidas ascendeu a 7,5 mil milhões de euros, mais 8,7% face a idêntico período de 2019.