Desemprego aumenta para máximo de quatro anos em Fevereiro
Total de desempregados inscritos chegou aos 431.843, o que representa um aumento de quase 37% em relação a 2020 e o número mais alto desde Maio de 2017.
O novo confinamento está a ter um efeito expressivo no mercado de trabalho, com os números do desemprego a atingirem o máximo dos últimos quatro anos. No final de Fevereiro, havia 431.843 desempregados registados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), mais 116.281 pessoas (36,8%) do que no início de 2020, quando a pandemia ainda não se tinha manifestado em Portugal, e um aumento de 1,8% em relação a Janeiro anterior.
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O novo confinamento está a ter um efeito expressivo no mercado de trabalho, com os números do desemprego a atingirem o máximo dos últimos quatro anos. No final de Fevereiro, havia 431.843 desempregados registados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), mais 116.281 pessoas (36,8%) do que no início de 2020, quando a pandemia ainda não se tinha manifestado em Portugal, e um aumento de 1,8% em relação a Janeiro anterior.
Os dados divulgados nesta segunda-feira mostram que o desemprego cresceu em todos os grupos, mas o aumento foi mais expressivo nas mulheres, nos adultos, nas pessoas com o ensino secundário e inscritas há menos de um ano.
Olhando para os vários sectores da economia, o aumento homólogo do desemprego fez-se sentir com particular violência nos serviços, que registou uma subida de 43,7%. Um olhar mais fino sobre este sector permite ainda concluir que as subidas percentuais mais acentuadas ocorreram na área do alojamento, restauração e similares (mais 70,6%), nas actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (54,4%) e nos transportes e armazenagem (50,8%).
No sector secundário, destaca-se a subida nos ramos da indústria do couro e dos produtos do couro (46,7%) e da fabricação de veículos automóveis, componentes e outros equipamentos de transporte (39,6%).
O aumento do desemprego fez-se sentir em todas as regiões, mas o Algarve continua a ser a mais fustigada, tendo-se verificado uma subida homóloga de 74,4%, seguido de Lisboa e Vale do Tejo (52,9%) e da Madeira (30,4%).
Quando se olha para a evolução mensal, os dados mostram que o desemprego está a aumentar há três meses consecutivos, interrompendo a recuperação que se sentiu em Outubro e Novembro, quando a economia retomou a sua actividade. Ainda assim, verificou-se um abrandamento da taxa de crescimento entre Janeiro e Fevereiro (1,8%).
A inscrição de desempregados ao longo do mês de Fevereiro reflecte o abrandamento em cadeia, uma vez que as novas inscrições recuaram 15,6% em comparação com o mês de Janeiro. Mas quando se olha para a diferença face a 2020, o número de pessoas que se inscreveram em Fevereiro é superior em 6,1% ao observado no mesmo mês do ano passado.
A análise das ofertas e colocações de Fevereiro também permite observar o menor dinamismo decorrente do confinamento, tendo recuado em comparação com 2020 e com Janeiro.
As ofertas de emprego recebidas ao longo deste mês totalizaram 7677 em todo o país, número inferior ao de 2020 (menos 22,3%) e ao mês anterior ( menos 22,2%), enquanto as colocações realizadas abrangeram 4844, menos 25,9% do que em 2020 e menos 34,6% do que no mês anterior.
“A análise das colocações por grupos de profissões (dados do Continente), mostra uma maior concentração nos trabalhadores não qualificados (37,2%), nos trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (15,4%) e nos operadores de instalações e máquinas e trabalhadores de montagem (11,9%)”, refere o IEFP na nota que acompanha as estatísticas.