Músico angolano Fernando Quental morreu em Lisboa aos 61 anos

Radicado em Portugal desde 1976, o cantor e compositor angolano Fernando Quental morreu este domingo em Lisboa, vítima de cancro. Tinha 61 anos.

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DR/RDP-ÁFRICA

O cantor e compositor angolano Fernando Quental, conhecido como Nando Quental, morreu este domingo em Lisboa. A notícia foi confirmada à agência noticiosa angolana Angop por fonte familiar, que adiantou que o músico lutava, desde há algum tempo, contra um cancro na laringe. Completaria em Junho 62 anos.

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O cantor e compositor angolano Fernando Quental, conhecido como Nando Quental, morreu este domingo em Lisboa. A notícia foi confirmada à agência noticiosa angolana Angop por fonte familiar, que adiantou que o músico lutava, desde há algum tempo, contra um cancro na laringe. Completaria em Junho 62 anos.

Nascido em 1959 no Cunene, foi no Lubango (capital da província de Huíla) que iniciou a sua carreira musical, integrando o agrupamento musical Shallon, na igreja da Laje, como baterista. Logo após a independência de Angola, em 1976, saiu do país com os pais para a África do Sul, mudando-se depois para Portugal. Aqui funda, em 1979, com os seus primos, o grupo Kizomba, cujo nome se inspirava no de um grupo já existente no Cunene. E nele volta a ser baterista.

O Jornal de Angola, na notícia que assinala a sua morte, diz que “o grande salto na sua carreira foi como integrante do conjunto África Tentação, em 1982. Com este grupo, gravaria dois álbuns, Quando fui a Benguela e Kissange Saudade Negra. Mais tarde, em 1989, participaria como guitarrista no álbum de estreia de Paulo Flores, Kapuete Kamundanda. No advento da quizomba como género musical, integrou o grupo Kanawa com, entre outros, Eduardo Paim e Ruca Van-Dunem.

A RDP África, assinalando também a morte de Nando Quental, lembra que em 1991 o músico angolano participou no projecto Reencontro de Amigos, aí regravando com Eduardo Paim o tema Quando fui a Benguela, dando novas sonoridades à quizomba. Em 1992, ainda segundo a mesma fonte, Nando Quental foi convidado a participar no projecto Sem Kigila Também, de Ruca Van-Dunem, no qual interpretou (“com muito sucesso”, diz a RDP) os temas Kandengue e Som da banda.

Em 1999, gravou a solo o álbum Kassula Iami, com participações de Tino MC, Betinho Feijó e Maninho Teixeira, responsável pelos arranjos. A edição foi da Sons D’Africa, em Lisboa. Já neste século participou, a convite do DJ Dias Rodrigues, na primeira edição do projecto Pikante, interpretando a canção Leviana. Voltaria anos depois ao mesmo projecto, gravando no disco Pikante Vol.2 (2006) a música Processos da banda, um dueto com Eduardo Paim.

A RDP-África lembra ainda que Nando Quental foi homenageado pelos seus 40 anos de carreira musical no dia 9 de Abril de 2016, no Barrio Latino, em Lisboa, numa iniciativa organizada pelo realizador de programas da RDP-África Carlos Pedro, aí recebendo das mãos do adido cultural da embaixada de Angola em Portugal, Luandino Carvalho, “o Certificado de Mérito pelos relevantes serviços e dedicação especial dada à música de Angola”.

Reagindo à morte de Nando Quental, o ministro da Cultura, Turismo e Ambiente de Angola, Jomo Fortunato, citado pela agência Lusa, mostrou-se “profundamente consternado”. E numa nota oficial, citada pela agência, apresentou à família do músico, em seu nome e no de todos os funcionários e colaboradores do ministério, “os seus mais profundos sentimentos de pesar”.

Segundo a RDP-África, o corpo do músico estará em câmara ardente na igreja de Mira Sintra, no dia 23, a partir das 10h, realizando-se o funeral às 16h, no cemitério de Rio de Mouro.

RECTIFICAÇÃO: Por lapso, este texto indicava que Fernando Quental tinha 63 anos no momento da sua morte, quando na verdade tinha 61. Completaria 62 anos em Junho de 2021. Pedimos desculpa pelo erro, involuntário.