Borat e Uma Miúda com Potencial: os argumentistas já deram os seus sinais (parciais) para os Óscares
Na televisão, Ted Lasso, The Crown, Queen’s Gambit ou Mrs. America repartiram prémios. Cerimónia virtual da Guilda dos Argumentistas norte-americana decorreu na noite de domingo.
A Guilda dos Argumentistas norte-americanos (Writers Guild of America – WGA, no original) entregou no domingo à noite os seus prémios anuais e os principais vencedores da cerimónia foram Promising Young Woman: Uma Miúda com Potencial (Melhor Argumento Original) e Borat, o Filme Seguinte (Melhor Argumento Adaptado). Na televisão, Ted Lasso e The Crown foram os distinguidos pela organização, cujas apertadas regras deixaram importantes nomeados para os Óscares de fora: Nomadland – Sobreviver na América, O Pai ou Minari não competiam pelos galardões dos guionistas.
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A Guilda dos Argumentistas norte-americanos (Writers Guild of America – WGA, no original) entregou no domingo à noite os seus prémios anuais e os principais vencedores da cerimónia foram Promising Young Woman: Uma Miúda com Potencial (Melhor Argumento Original) e Borat, o Filme Seguinte (Melhor Argumento Adaptado). Na televisão, Ted Lasso e The Crown foram os distinguidos pela organização, cujas apertadas regras deixaram importantes nomeados para os Óscares de fora: Nomadland – Sobreviver na América, O Pai ou Minari não competiam pelos galardões dos guionistas.
Como é já habitual em 2021, a gala deste ano foi virtual. Os nomeados foram convidados a enviar os seus discursos de aceitação do prémio previamente de modo a compor o programa que teve como anfitrião o actor e argumentista Kal Penn. Um dos mais citados está a ser o de Sacha Baron Cohen, que recebeu o prémio de argumento adaptado, juntamente com outros oito guionistas, pela sua segunda investida na personagem do jornalista provocador Borat. “Não posso deixar de pensar que ganhámos porque 60% da WGA trabalhou neste filme”, disse o actor e argumentista britânico.
Borat, o Filme Seguinte tem assinatura de Cohen e Anthony Hines, Dan Swimer, Peter Baynham, Erica Rivinoja, Dan Mazer, Jena Friedman, e Lee Kern; a história de base está creditada ao protagonista, bem como a Hines, Swimer e Nina Pedrad. Também candidato aos Óscares, é já o filme com maior número de argumentistas nomeados de sempre na história dos prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (antes dele, o título era de Toy Story e dos seus sete guionistas). Na próxima cerimónia dos Óscares, marcada para 25 de Abril, Cohen competirá com Uma Noite em Miami..., O Tigre Branco, O Pai e Nomadland – Sobreviver na América – estes últimos dois estão também nomeados ao Óscar de Melhor Filme, mas nenhum estava na lista de candidatos da WGA. Ambos, juntamente com Uma Miúda com Potencial, aguardam a reabertura dos cinemas para se estrearem em Portugal.
As regras da WGA ditam que só são elegíveis para nomeação os guiões escritos por membros da guilda e cujo contrato seja por ela sancionado. Assim, ficam anualmente de fora, por exemplo, muitos filmes independentes, a animação e alguns filmes estrangeiros. Este ano, Soul – Uma Aventura com Alma ficou automaticamente excluído por esse motivo, juntamente com outro nomeado para o Óscar de Melhor Filme, Mank. Mas, como assinala a crítica e especialista em prémios Anne Thompson no Indie Wire, “uma nomeação da WGA não é essencial para uma nomeação para os Óscares”, ainda que, havendo muitos membros em comum entre a WGA e a Academia de Hollywood, estes prémios constituam bons indicadores para os filmes com mais popularidade nesta fase da corrida anual.
Emerald Fennell, a actriz e autora britânica que o mundo passou a reconhecer melhor depois de ter encarnado Camilla Parker-Bowles em The Crown, recebeu o seu primeiro prémio da WGA por Uma Miúda com Potencial, o seu filme de estreia, protagonizado por Carey Mulligan, sobre violência sexual, trauma e vingança. Concorria, entre outros, com um forte candidato ao mesmo Óscar – o veterano Aaron Sorkin, por Os 7 de Chicago.
The Crown, a série da Netflix escrita por Peter Morgan sobre a família real britânica, recebeu também um prémio na noite de domingo, o de Melhor Série Dramática. Na televisão, outro serviço de streaming, a Apple TV+, levou para casa o galardão de Melhor Comédia, por Ted Lasso, o que permitiu ao seu protagonista e co-autor envergar não só mais um casaco de capuz descontraído como aquele que usou nos Globos de Ouro virtuais (um avatar do mundo do teletrabalho em Zoom no confinamento), mas também para brincar com o facto de os restantes argumentistas da série não poderem estar presentes por não terem dinheiro para ter computadores. Ted Lasso receberia também o prémio de Melhor Nova Série.
A HBO perdeu para a Showtime com a derrota de Last Week Tonight de John Oliver em favor de Desus & Mero (sem exibição em Portugal) na categoria de Melhor Programa de Variedades ou Talk-Show; a CBS venceu com o especial da noite eleitoral de Stephen Colbert (cujo Tonight Show deixou de ser emitido pela SIC Radical). BoJack Horseman ganhou a quatro episódios diferentes de Os Simpsons na categoria de Melhores Episódios de Animação. Ozark (Netflix) e The Great (Hulu, em Portugal na HBO) receberam os prémios de Melhor Episódio nas categorias de Drama e Comédia.
A Netflix voltou a ganhar com a distinção para Queen’s Gambit na Melhor Adaptação de Longo Formato (concorria com The Good Lord Bird, da HBO, entre outros), ao passo que Mrs. America, com Cate Blanchett (FX, em Portugal via HBO), foi o Melhor Original de Longo Formato.
No Documentário, o vencedor foi The Dissident – nenhum dos nomeados nesta categoria está na lista dos candidatos aos Óscares.
Notícia alterada às 9h39 de 5 de Abril: título em português do filme Promising Young Woman passou a ser Uma Miúda com Potencial