Papa Francisco denuncia máfias que enriquecem com a pandemia

Francisco chamou-lhes “estruturas de pecado” que são “contrárias ao Evangelho de Cristo”. O sumo pontífice também falou de racismo, água e do síndrome de Down.

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O Papa voltou a fazer a oração do Angelus na biblioteca do Vaticano e não da janela para a Praça de São Pedro, por causa das restrições da pandemia ANGELO CARCONI/EPA

O Papa Francisco denunciou este domingo as máfias que, em todos os cantos do mundo, estão a explorar a pandemia e a enriquecer com a corrupção, definindo-as como “estruturas de pecado”, “contrárias ao Evangelho de Cristo” e que “confundem a fé com a idolatria”

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O Papa Francisco denunciou este domingo as máfias que, em todos os cantos do mundo, estão a explorar a pandemia e a enriquecer com a corrupção, definindo-as como “estruturas de pecado”, “contrárias ao Evangelho de Cristo” e que “confundem a fé com a idolatria”

No dia em que em Itália se assinala a Memória das Vítimas Inocentes das máfias, o Papa Francisco recordou “todas as vítimas” e pediu “empenho contra as máfias”, no final da oração do Angelus, que celebrou novamente na biblioteca e sem que fosse visto na Praça de São Pedro, devido às medidas restritivas da pandemia, previstas no Vaticano.

“As máfias estão presentes em várias partes do mundo e aproveitam-se da pandemia; estão a enriquecer-se com a corrupção”, disse o sumo pontífice, que recordou que “o Papa São João Paulo II denunciou a cultura de morte e que Bento XVI as condenou como caminho de morte”. 

O Papa também recordou que esta segunda-feira se assinala o Dia Mundial da Água, um recurso que, segundo disse, “não é uma mercadoria” mas “um símbolo universal e uma fonte de vida e saúde”.

Denunciando as 2,2 milhões de pessoas que no mundo vivem sem acesso a água potável, Francisco sublinhou que é “necessário garantir água limpa e saneamento para todos”. Para tal, pediu aos políticos e economistas que trabalhem nesse sentido: “Penso, por exemplo, na Universidade da Água, na minha terra, naqueles que trabalham para fazê-la avançar e fazer compreender a importância da água. Muito obrigado aos argentinos que trabalham na Universidade da Água.”

Na sua conta na rede social Twitter, Francisco também recordou o Dia Mundial da Síndrome de Down com uma mensagem: “Toda a criança que é anunciada no ventre de uma mulher, é um dom que muda a história de uma família: de um pai e uma mãe, dos avós e dos irmãos. E essa criança necessita de ser acolhida, amada e cuidada. Sempre!”, escreveu.

Fazendo também referência, noutra mensagem, na mesma rede social, ao Dia Internacional da Eliminação e Discriminação Racial que, tal como o Dia Mundial da Síndrome de Down, se assinala este domingo.

“O racismo é um vírus que facilmente sofre mutação e que, em vez de desaparecer, esconde-se e está sempre à espreita. As expressões de racismo voltam e envergonham-nos, demonstrando assim que os avanços da sociedade não estão assegurados para sempre”, escreveu.