Parlamento moldavo escolhe o embaixador na Rússia para primeiro-ministro

Candidato a chefe do Governo apresentado pela Presidente Maia Sandu tinha sido rejeitado pelo Parlamento, dominado por deputados pró-Rússia.

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Sandu, Presidente da Moldávia, defende realização de eleições legislativas VLADISLAV CULIOMZA/Reuters

O Parlamento moldavo nomeou, nesta quinta-feira, o embaixador moldavo na Rússia para o cargo de primeiro-ministro. A nomeação foi feita na sequência da rejeição do candidato apresentado pela Presidente Maia Sandu.

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O Parlamento moldavo nomeou, nesta quinta-feira, o embaixador moldavo na Rússia para o cargo de primeiro-ministro. A nomeação foi feita na sequência da rejeição do candidato apresentado pela Presidente Maia Sandu.

Esta medida poderá agudizar a tensão entre a Presidente e os deputados. Sandu assumiu a presidência em Novembro e assume posições pró-União Europeia, mas Parlamento pende para uma posição pró-Rússia, seguindo a linha política do antigo chefe de Estado, Igor Dodon.

A actual Presidente já tinha acusado o Parlamento de estar a sabotar a sua liderança e tem exercido pressão para realizar eleições legislativas. A eleição, acredita, poderia dar-lhe mais poder para combater a corrupção e a pandemia do coronavírus.

Ainda na terça-feira, Maia Sandu nomeou Igor Grosu para o cargo de primeiro-ministro, decisão que foi disputada constitucionalmente pelos deputados.

Corneliu Furculita, líder da bancada parlamentar do Partido Socialista, alinhado com Dodon, convidou Sandu para novas negociações sobre esta questão.

“O propósito dos debates é agir de acordo com a Constituição, o que quer dizer que a Presidente deveria ter consultado o Parlamento de forma a determinar o candidato a primeiro-ministro”, disse.

O Tribunal Constitucional ainda terá de decidir sobre a nomeação de Grosu, proposta por Sandu depois de o Parlamento ter rejeitado o seu primeiro candidato.

A Moldávia tem sido abalada por instabilidade política e por escândalos de corrupção nos últimos anos, incluindo um caso que envolve o desaparecimento de quase 850 milhões de euros no sistema bancário.