No dia 18 de Março de 1871, faz hoje 150 anos, os parisienses rebelaram-se contra o seu governo. Durante 72 dias, a capital de França pertenceu à Comuna, vista por muitos historiadores como o primeiro exemplo de governo popular, composto predominantemente por operários. A revolução, ou a insurreição, conforme o ponto de vista, acabaria com um banho de sangue, pondo ponto final ao que foi a primeira experiência moderna de democracia directa. A Comuna de Paris aparece-nos hoje demasiado longínqua no tempo, bem como os motivos, políticos e sociais, que levaram àquela fugaz independência de Paris. Mas, século e meio depois, há pelo menos uma semelhança que não podemos nem devemos ignorar: a insatisfação dos cidadãos com as instituições que os governam. Numa altura em que a democracia representativa atravessa uma crise de confiança global que a pandemia só veio agravar, terá chegado finalmente a altura de olhar para outras formas de democracia?
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No dia 18 de Março de 1871, faz hoje 150 anos, os parisienses rebelaram-se contra o seu governo. Durante 72 dias, a capital de França pertenceu à Comuna, vista por muitos historiadores como o primeiro exemplo de governo popular, composto predominantemente por operários. A revolução, ou a insurreição, conforme o ponto de vista, acabaria com um banho de sangue, pondo ponto final ao que foi a primeira experiência moderna de democracia directa. A Comuna de Paris aparece-nos hoje demasiado longínqua no tempo, bem como os motivos, políticos e sociais, que levaram àquela fugaz independência de Paris. Mas, século e meio depois, há pelo menos uma semelhança que não podemos nem devemos ignorar: a insatisfação dos cidadãos com as instituições que os governam. Numa altura em que a democracia representativa atravessa uma crise de confiança global que a pandemia só veio agravar, terá chegado finalmente a altura de olhar para outras formas de democracia?