Vendas da Sonae cresceram 6,1% para valor recorde de 6,8 mil milhões

Operações online mais do que duplicaram, com vendas de 480 milhões de euros. Lucros caíram para menos de metade, o que não trava aumento de 5% no dividendo, para 0,0486 euros por acção.

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Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, destaca crescimento das vendas online Nelson Garrido

A pandemia não travou os resultados da Sonae em 2020 e “deixou a empresa preparada para a era digital”, destaca a presidente executiva da Sonae, Cláudia Azevedo, na apresentação de contas de 2020, divulgadas esta quinta-feira. Um ano em que o destaque vai para as vendas online, “que mais do que duplicaram” em termos agregados, para 480 milhões de euros, com um contributo forte da distribuição alimentar, que teve um crescimento de 80%.

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A pandemia não travou os resultados da Sonae em 2020 e “deixou a empresa preparada para a era digital”, destaca a presidente executiva da Sonae, Cláudia Azevedo, na apresentação de contas de 2020, divulgadas esta quinta-feira. Um ano em que o destaque vai para as vendas online, “que mais do que duplicaram” em termos agregados, para 480 milhões de euros, com um contributo forte da distribuição alimentar, que teve um crescimento de 80%.

A Sonae (proprietária do PÚBLICO) terminou o último exercício com um crescimento de 6,1% no volume de negócios consolidado, para 6,8 mil milhões de euros, o valor mais alto de sempre, devido sobretudo ao contributo positivo da Sonae MC e da Worten.

A rentabilidade operacional, medida pelo EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subjacente, atingiu 593 milhões de euros, menos 1% que em 2019, e o resultado líquido atribuível a accionistas atingiu 71 milhões de euros, uma queda de 57,2% face ao exercício anterior, “impactado negativamente por uma redução de 91 milhões de euros no valor das propriedades de investimento da Sonae Sierra [ramo do negócio imobiliário particularmente afectado pela pandemia], e positivamente pelas reavaliações no portefólio da Sonae IM de 39 milhões de euros”.

No terceiro trimestre, a empresa apresentou prejuízos de 56 milhões de euros, depois de ter constituído uma uma provisão no montante de 76 milhões de euros para fazer face a eventuais impactos da pandemia.

Na partilha de lucros com os accionistas, a gestão propõe a distribuição em dividendos de 0,0486 euros por acção, um aumento de 5% face a 2019, em linha com os anos anteriores. A percentagem de lucro distribuídos pelos accionistas (payout ratio) corresponderá a 85%.

“O desempenho consolidado da Sonae num ano tão desafiante provou os benefícios de possuir um portefólio equilibrado. Apesar de alguns sectores terem sido afectados por severas restrições operacionais, globalmente o portefólio da Sonae apresentou um desempenho notável, sustentado por fortes propostas de valor, prontidão de resposta na frente digital e por uma rápida capacidade de adaptação a um contexto volátil”, refere a empresa no comunicado.

No último exercício, o investimento cresceu 25,7%, totalizando 502 milhões de euros, em expansão orgânica e aquisições, com destaque reforço da posição na Nos (+7,38%) e na Salsa (+50%). Ainda assim, a dívida líquida reduziu-se em 4% face ao final de 2019, para 1103 milhões de euros.

Por ramos de negócio, o volume de negócios da Sonae MC ultrapassou os cinco mil milhões de euros, atingindo um total de 5153 milhões de euros, o que representou um crescimento de 9,6% em termos homólogos, registando ainda “o maior aumento de quota de mercado”. O EBITDA subjacente evoluiu em linha aumentando 10% para 526 milhões de euros, “com o crescimento das vendas a mitigar os custos relacionados com a covid-19”.

A Sonae MC concentrou 205 milhões de euros do investimento, realizado na abertura de 89 novas lojas próprias (das quais 13 lojas de proximidade, Continente Bom Dia).

O volume de negócios da Worten cresceu 6,8% para 1161 milhões de euros, com uma duplicação das vendas online, canal onde a quota de mercado já ultrapassar a do offline. As vendas online representaram, pela primeira vez, um peso de dois dígitos no total do volume de negócios em 2020. O EBITDA subjacente totalizou 74 milhões de euros, mais 30% que em 2019.

Sonae Fashion, um dos segmentos mais afectados pela pandemia a nível mundial, registou um volume de negócios total de 344 milhões de euros, menos 12,2% face ao ano anterior. As vendas online também duplicaram o seu peso, passando de 7% em 2019 para 14% em 2020. O EBITDA subjacente foi positivo em 13 Milhões de euros.

No segmento dos artigos de desporto, também particularmente afectado pelas restrições ao controlo da pandemia, a ISRG  registou um volume de negócios de 660 milhões de euros (-2% em termos homólogos) e um EBITDA de 48 milhões de euros.

Na Sonae IM, a empresa liderada por Cláudia Azevedo destaca a evoluções da Arctic Wolf, que angariou 200 milhões de dólares de financiamento da série, atingindo uma avaliação de 1,3 mil milhões de dólares, tornou-se o segundo “unicórnio” da holding, juntando-se à Outsystems. E mais cinco investimentos, dois desses em fase embrionária, na Replai, uma empresa com uma tecnologia distintiva de short vídeo, e na Didimo, uma empresa com tecnologia 3D para interacções virtuais.