Altri vai buscar Manso Neto para as energias renováveis

Empresa de Paulo Fernandes quer reforçar presença no sector das energias renováveis com ex-administrador da EDP. Entrada em bolsa é possibilidade.

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João Manso Neto será o presidente executivo da Greenvolt, antiga Bioeléctrica da Foz Daniel Rocha

A Altri, do empresário Paulo Fernandes, quer crescer no sector das energias renováveis e entregou a liderança desta área de actividade ao ex-administrador executivo da EDP, João Manso Neto.

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A Altri, do empresário Paulo Fernandes, quer crescer no sector das energias renováveis e entregou a liderança desta área de actividade ao ex-administrador executivo da EDP, João Manso Neto.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, o grupo industrial do sector da pasta e papel revelou que João Manso Neto “foi eleito administrador da sua subsidiária, integralmente detida, Greenvolt – Energias Renováveis, S.A. (“Greenvolt”), sociedade anteriormente denominada Bioeléctrica da Foz, S.A.”.

Manso Neto, que no final do ano passado deixou a EDP na sequência do processo judicial relacionado com os polémicos contratos CMEC, em que é um dos arguidos, vai agora ser ponta de lança para o “ambicioso projecto de expansão nacional e internacional” da Greenvolt.

A sociedade – que mudou de nome este mês – “materializa a presença da Altri no sector da energia renovável”. Na EDP, Manso Neto desempenhou durante anos o cargo de presidente da EDP Renováveis.

Segundo o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa explora actualmente cinco centrais de produção de energia termoeléctrica a partir de biomassa florestal, com cerca de 97 megawatts (MW) de potência instalada, o que permite à Altri “sedimentar a sua estratégia de integração entre a fileira florestal produtora de biomassa e a produção de energia a partir deste recurso renovável”.

Porém, tem um “ambicioso projecto de expansão nacional e internacional” e, “sob a liderança do Dr. João Manso Neto e com o profundo know-how e expertise que aportará ao negócio”, pretende consolidar a sua posição de liderança no plano nacional.

Mas não só. A Greenvolt quer também “afirmar-se como um player de referência a nível internacional no mercado das energias renováveis”. Se a biomassa “continuará a ser o core business da sociedade”, também estão previstos “modelos inovadores de energia solar e eólica”.

A Altri destaca no comunicado o “percurso profissional com mais 30 anos de relevante experiência de liderança e gestão global de negócios complexos, relacionados, em especial, com o sector energético” de João Manso Neto.

Na quarta-feira foi noticiado pelo jornal Expresso que o gestor havia rasgado o contrato de não concorrência celebrado com a EDP – que lhe renderia 560 mil euros por ano até 2023 – para regressar ao sector energético, ao serviço da Altri.

A empresa revela ainda no comunicado desta quinta-feira que foi celebrado um contrato de consultadoria entre a Greenvolt e a Lazard Asesores Financieros e Lazard Frères Banque, e mandatada a sociedade de advogados Vieira de Almeida & Associados, “para estudar a possibilidade de realizar uma operação” que possa culminar com a entrada da Greenvolt na bolsa portuguesa.