Dinis Sousa nomeado para maestro principal da Royal Northern Sinfonia de Inglaterra
Aos 32 anos, o português que fundou a Orquestra XXI foi nomeado para reger a única orquestra de câmara a tempo inteiro, no Reino Unido. A sua nomeação é vista como sintoma de esperança para a região no pós-pandemia.
Um capital de esperança e um papel relevante no pós-pandemia. São algumas das ideias nucleares que rodeiam o regente português Dinis Sousa que, soube-se esta quarta-feira, foi nomeado Maestro Principal da Royal Northern Sinfonia (RNS), a única orquestra de câmara a tempo inteiro, com sede no centro cultural Sage Gateshead, em Newcastle, no norte de Inglaterra.
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Um capital de esperança e um papel relevante no pós-pandemia. São algumas das ideias nucleares que rodeiam o regente português Dinis Sousa que, soube-se esta quarta-feira, foi nomeado Maestro Principal da Royal Northern Sinfonia (RNS), a única orquestra de câmara a tempo inteiro, com sede no centro cultural Sage Gateshead, em Newcastle, no norte de Inglaterra.
A nomeação parece simbolizar o optimismo no Reino Unido de que o pior da pandemia já terá passado, e também da ambição do Sage Gateshead, na região do nordeste de Inglaterra, para onde o Governo britânico está a direccionar muito investimento. “Quando as comunidades no Nordeste vão precisar da música e das artes mais do que nunca, Sage Gateshead quer responder de forma significativa, trazendo o papel vital da música na melhoria da saúde e bem-estar, educação e formação, e na criação de experiências comuns positivas para beneficiar toda a região”, é justificado em comunicado.
Família alargada
Dinis Sousa foi recrutado para dinamizar a actividade musical nesta comunidade, trabalhando ao lado de músicos da Royal Northern Sinfonia para chegar a novos públicos nas escolas, pela Internet, em toda a região e nas salas de concerto do Sage Gateshead. O português manifestou-se “honrado” e “entusiasmado” com o desafio de liderar uma orquestra que ouviu pela primeira vez ainda no Porto, de onde é originário, e a qual dirigiu em Janeiro e Novembro de 2020. “A orquestra é muito apreciada pelas audiências locais e é óptimo poder fazer parte desta família alargada e desta comunidade”, disse. “Acredito que a música é para todos. Não é selectiva, não é complicada.”
Já o director da Royal Northern Sinfonia, Thorben Dittes, afirmou que “a ligação especial de Dinis com a orquestra no palco foi inconfundível desde a primeira vez que a RNS se apresentou com ele”. "É claramente um talento excepcional e estamos entusiasmados com o enorme potencial artístico que Dinis, como novo Maestro Principal, vai trazer para o Nordeste”, acrescentou.
Dinis Sousa tinha sido nomeado em 2018 maestro assistente do Coro Monteverdi e Orquestras, onde colaborava de perto com o regente britânico John Eliot Gardiner. No âmbito do trabalho com a orquestra Solistas Barrocos Ingleses e a Orchestre Révolutionnaire et Romantique, e com Gardiner, o seu fundador, Dinis Sousa dirigiu, entre outras, a Orquestra Sinfónica de Londres e a Filarmónica de Berlim, e apresentou-se nos BBC Proms, à frente do Coro Monteverdi, para oferecer a sinfonia coral Rómeo et Juliette, de Berlioz. Antes, estudou Direcção de Orquestra na Guildhall School of Music and Drama, em Londres, e fundou a Orquestra XXI, que reúne músicos portugueses que vivem no estrangeiro, projecto pelo qual foi reconhecido em Portugal com o título de Cavaleiro da Ordem do Infante D. Henrique.