“Orgulhosamente sós” começámos uma guerra

A Guerra Colonial começou faz hoje 60 anos e coincide com o Golpe Botelho Moniz, que, a ter sido bem sucedido, podia ter conduzido à independência das colónias sem sangue.

Foto
Embarque de tropas para o Ultramar, Arquivo Histórico Militar (AHM), PT/AHM/FE/CAVE/CFE/A14/0427 AHM

Isolado internacionalmente, o regime parece em desagregação quando, há 60 anos, Portugal começa a Guerra Colonial. Franco Nogueira, amigo e biógrafo de Salazar, descreve o ambiente a seguir ao 15 de Março de 1961: “Nos meios ligados ao Governo e ao regime, muitos sentem-se em vésperas de naufrágio (…), no Parlamento, é a aflição (…). É grave o embate do ambiente mundial em sectores das Forças Armadas portuguesas. Nos quartéis, nas instalações para oficiais, em suas casas particulares, são frequentes as reuniões, e exprimem-se dúvidas, formulam-se críticas, há desalento, há descrença. Mesmo no âmbito dos Estados-Maiores do Exército, da Força Aérea e da Armada, não deixam de se interrogar.”

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Isolado internacionalmente, o regime parece em desagregação quando, há 60 anos, Portugal começa a Guerra Colonial. Franco Nogueira, amigo e biógrafo de Salazar, descreve o ambiente a seguir ao 15 de Março de 1961: “Nos meios ligados ao Governo e ao regime, muitos sentem-se em vésperas de naufrágio (…), no Parlamento, é a aflição (…). É grave o embate do ambiente mundial em sectores das Forças Armadas portuguesas. Nos quartéis, nas instalações para oficiais, em suas casas particulares, são frequentes as reuniões, e exprimem-se dúvidas, formulam-se críticas, há desalento, há descrença. Mesmo no âmbito dos Estados-Maiores do Exército, da Força Aérea e da Armada, não deixam de se interrogar.”