A principal atracção deste hotel chinês são ursos polares – e os ambientalistas não estão contentes

Um hotel chinês construiu no seu interior uma plataforma que exibe ursos polares aos seus hóspedes, em condições que “negligenciam e desrespeitam estes animais”, alertam ambientalistas.

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Reuters/STRINGER

É num espaço circunscrito, decorado com rochas e iglus falsos, um chão pintado de branco e uma pequena piscina de água gélida que dois ursos polares se tornam a principal atracção do Harbin Polar Land, um hotel localizado no nordeste da China. Autodenomina-se como o “primeiro hotel para ursos polares do mundo”, mas a ideia de fazer desta espécie em vias de extinção vizinha dos hóspedes da unidade hoteleira não agradou às organizações de direitos dos animais, que têm criticado as condições de alojamento dos dois ursos polares.

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É num espaço circunscrito, decorado com rochas e iglus falsos, um chão pintado de branco e uma pequena piscina de água gélida que dois ursos polares se tornam a principal atracção do Harbin Polar Land, um hotel localizado no nordeste da China. Autodenomina-se como o “primeiro hotel para ursos polares do mundo”, mas a ideia de fazer desta espécie em vias de extinção vizinha dos hóspedes da unidade hoteleira não agradou às organizações de direitos dos animais, que têm criticado as condições de alojamento dos dois ursos polares.

“Estes animais pertencem ao Árctico, não a um zoo ou a uma caixa de vidro num aquário – e, certamente, não pertencem a um hotel”, afirmou Jason Baker, vice-presidente da PETA, à Reuters. “Os ursos polares estão activos durante cerca de 18 horas por dia na natureza, onde percorrem distâncias que podem chegar a milhares de quilómetros e desfrutam de uma vida real.”

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No Harbin Polar Land, as janelas dos 21 quartos do hotel estão viradas para um recinto onde se encontram os dois ursos polares, que, segundo a conta de WeChat da empresa, vão fazer companhia aos hóspedes “enquanto comem, brincam ou dormem” – uma atracção que se tem revelado popular na China. Em resposta à VICE, Yang Liu, porta-voz do hotel, divulgou que todos os quartos já estão reservados até Maio, com cada um a custar entre 240 a 300 euros por noite.

A porta-voz do hotel também respondeu às críticas das organizações de direitos dos animais, assegurando que os ursos são mantidos em “ambientes adequados com ar condicionado e bastante espaço para imitar as condições que encontram no Árctico”, o que assegura o seu bem-estar. Garantias que Anbarasi Boopal, uma das CEO da organização não-governamental de resgate e reabilitação de animais ACRES, tem a certeza de não estarem a ser cumpridas.

“Pisos áridos, decorações artificiais e 24 horas de exposição aos hóspedes do hotel – tudo condições que negligenciam e desrespeitam estes animais, que podem ficar muito nervosos, devido à falta de lugares para se esconderem e demonstrar comportamentos estereotipados para lidar com o stress”, afirmou à AFP. “É chocante e, até, de partir o coração ainda ver enclausuramentos destes, que deixam ursos polares em condições terríveis tudo por puro entretenimento”, acrescentou a também activista de direitos dos animais. Várias organizações apelaram aos clientes e ao resto da população chinesa para não sustentarem este tipo de práticas, que lucram com o sofrimento animal. 

Segundo o The Guardian, há muito que a China é criticada por causa da exploração animal. Em causa estão as instalações e os cuidados precários disponibilizados às espécies em vias de extinção, que cada vez são mais usadas em componentes da medicina tradicional chinesa. Para um dos porta-vozes da China Animal Protection Network, uma organização não-governamental de protecção animal chinesa, tal explica-se pelas várias “lacunas na lei de protecção da vida selvagem na China, que permite a exploração animal sem qualquer tipo de preocupação com o seu bem-estar”, afirmou à AFP.

A exibição de ursos polares no Harbin Polar Land rapidamente ecoou os tratamentos dados a Pizza, conhecido como o “urso polar mais triste do mundo”, depois de ter sido enclausurado num exíguo espaço por um centro comercial chinês. Após uma campanha mundial, que culminou numa petição com mais de um milhão de assinaturas, o urso foi transferido para um aquário, onde se reencontrou com a mãe.

Texto editado por Amanda Ribeiro