Grammys: na noite das mulheres, Beyoncé fez história
Com quatro troféus, a intérprete de Black Parade tornou-se a mulher mais premiada da história dos Grammys, com 28 distinções. Taylor Swift, Billie Eilish e H.E.R. ajudaram a marcar uma noite no feminino.
As artistas femininas, com destaque para Beyoncé e Taylor Swift, Billie Eilish e H.E.R., marcaram a noite da 63.ª gala dos Grammys, batendo recordes num espectáculo realizado no Convention Center de Los Angeles, um palco cheio de música ao vivo, mas também pré-gravada, e com muito distanciamento social devido à pandemia da covid-19.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
As artistas femininas, com destaque para Beyoncé e Taylor Swift, Billie Eilish e H.E.R., marcaram a noite da 63.ª gala dos Grammys, batendo recordes num espectáculo realizado no Convention Center de Los Angeles, um palco cheio de música ao vivo, mas também pré-gravada, e com muito distanciamento social devido à pandemia da covid-19.
Ainda que Beyoncé fosse a principal favorita, já que partia com o maior número de nomeações, nove, os quatro prémios mais importantes foram este domingo para Taylor Swift, Billie Eilish e H.E.R.. Swift, de 31 anos, foi a vencedora na categoria Álbum do Ano, por Folklore (um disco gravado durante a quarentena forçada), tornando-se a primeira intérprete feminina a ganhar nesta categoria por três vezes — igualou os feitos de Frank Sinatra, Stevie Wonder e Paul Simon.
Billie Eilish ganhou na Gravação do Ano, com Everything I Wanted, repetindo a sua conquista de 2020 na mesma categoria. Visivelmente surpreendida com o prémio, a jovem intérprete de 19 anos, ao subir ao palco, disse que este Grammy deveria ter sido antes atribuído à rapper texana Megan Thee Stallion (que protagonizaria uma das actuações mais destacadas da noite no Convention Center).
O tema I can't breathe valeu a H.E.R. (nome artístico da californiana Gabriella Sarmiento Wilson) o prémio para a Canção do Ano. Trata-se de um tema inspirado pelos protestos realizados no Verão passado, nos Estados Unidos, na sequência da morte, em Mineápolis, do cidadão negro George Floyd, sufocado durante oito minutos pelo joelho de um polícia branco. “Não consigo respirar” foi a frase que Floyd pronunciou antes de morrer, e que se transformaria, e não só na América, em palavra-de-ordem e movimento contra o racismo e a brutalidade policial.
“Somos a mudança que queremos ver e a luta que tivemos no Verão de 2020 deve continuar”, disse H.E.R., ao receber o prémio.
Meghan Thee Stallion, de 26 anos, recebeu o Grammy de Revelação do Ano, tornando-se a primeira artista de rap a triunfar nesta categoria desde Lauryn Hill, em 1999.
Rainhas e reis negros
Mas seria também Beyoncé a marcar a 63.ª gala dos Grammys ao atingir a 28.ª vitória na sua história com os gramofones dourados. Desta vez, foram quatro, incluindo o de Melhor Vídeo Musical, com Brown Skin Girl, e com eles a artista tornou-se a mulher mais premiada na história dos Grammys, ultrapassando neste ranking a violinista e intérprete de bluegrass Alison Krauss.
Depois de ver ignorados pelos Grammys álbuns como Lemonade e o homónimo Beyoncé, considerados dos melhores da sua carreira, a cantora norte-americana acrescentou este ano ao prémio por Brown Skin Girl (que consagrou também a sua filha de nove anos, Blue Ivy, com um primeiro Grammy), os de Melhor Performance R&B, por Black Parade, e os de Melhor Performance e Melhor Canção Rap, por Savage, co-interpretada por Meghan Thee Stallion.
Quando subiu ao palco do Convention Center para receber o prémio por Black Parade, Beyoncé, visivelmente emocionada, disse que a sua canção queria “destacar, encorajar e homenagear as maravilhosas rainhas e reis negros”, que continuam a inspirá-la e a inspirar o mundo inteiro. “Como artista, acredito que o meu trabalho, e o trabalho de todos nós, é reflectir o momento que estamos a viver, e que tem sido um tempo difícil”, acrescentou, numa referência à pandemia que tem afectado particularmente o mundo da música e da cultura, mas também as questões da sub-representação dos afro-americanos e das mulheres na indústria musical e do entretenimento nos Estados Unidos.
Fiona Apple alternativa
Harry Styles, que abriu a noite com o êxito Watermelon Suga, ganhou o Grammy para Melhor Performance Solo Pop. E Fiona Apple conquistou o de Melhor Álbum Alternativo, por Fetch The Bolt Cutters.
Britanny Howard, também conhecida como guitarrista e vocalista das bandas Alabama Shakes e Thunderbitch, ganhou o de Melhor Música Rock. Já a banda The Strokes conseguiu ganhar na categoria de Melhor Álbum de Rock, com The New Abnormal.
O veterano do rap Nas conquistou, no domingo, e depois de 14 nomeações, o primeiro Grammy da sua carreira, para Melhor Álbum de rap, com King’s Disease.
A estrela nigeriana Burna Boy ganhou na categoria Músicas do Mundo, enquanto Kanye West conquistou o seu 22.º Grammy, não no género rap que o tornou famoso, mas com o álbum evangélico Jesus Is King, considerado o Melhor Álbum de Música Cristã Contemporânea.
Entre os nomeados, e fora das categorias principais, havia três portugueses: a cantora Maria Mendes, na de Melhores Arranjos, Instrumentais e Vocais, com o tema Asas fechadas (do álbum Close To Me); o produtor André Allen Anjos, na categoria de Melhor Gravação Remisturada; e o DJ e produtor Holly, que assinou oito temas de um disco na categoria de Melhor Álbum de Dança/Electrónica.
A 63.ª gala dos Grammys teve como anfitrião Trevor Noah, e contou com uma mistura de performances ao vivo — Taylor Swift, Dua Lipa, Post Malone, Black Pumas, Cardi B e Meghan Thee Stallion foram alguns dos que actuaram no palco do Convention Center — e outras pré-gravadas, além de ligações em directo a outros lugares de Los Angeles, mas também de Nova Iorque e de Nashville.
“Vamos esperar que isto simbolize tudo aquilo que 2021 possa ser, um ano cheio de alegria, novos começos e reencontros. Sem nunca esquecer o que aconteceu em 2020, mas cheios de esperança no futuro”, disse o sul-africano que actualmente é o apresentador do Daily Show.