Portugal vai continuar a administrar a vacina da AstraZeneca

Lotes associados aos casos de formação de coágulos que se suspeita estarem ligados à vacina noutros países não foram distribuídos em Portugal. Sistema de farmacovigilância recebeu notificação de dois casos “que não apresentam o mesmo padrão clínico dos que se encontram em avaliação” nos outros países.

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LUSA/Andrea Merola

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) e o Infarmed esclareceram, num comunicado conjunto, que a vacina da empresa AstraZeneca contra a covid-19 continuará a ser administrada em Portugal por “não haver evidência” de estar ligada a maior risco de formação de coágulos sanguíneos.

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A Direcção-Geral da Saúde (DGS) e o Infarmed esclareceram, num comunicado conjunto, que a vacina da empresa AstraZeneca contra a covid-19 continuará a ser administrada em Portugal por “não haver evidência” de estar ligada a maior risco de formação de coágulos sanguíneos.

Neste domingo, a Irlanda juntou-se a um conjunto de países europeus que, como medida de precaução, suspenderam a administração da vacina desta empresa.

Até ao momento, informam as entidades em comunicado, "o Sistema de Farmacovigilância recebeu a notificação de dois casos, sendo que não apresentam o mesmo padrão clínico dos que se encontram em avaliação”. "Com base nos dados actualmente disponíveis e enquanto decorre a investigação”, a vacina continuará a ser administrada em Portugal.

A DGS e o Infarmed informam, contudo, que “o número de eventos tromboembólicos comunicados na população vacinada na União Europeia (cerca de cinco milhões de doses) e no Reino Unido (cerca de 11 milhões de doses) continua a não ser superior ao verificado na população em geral”, sendo que, “até ao momento, não há evidência de que a vacinação possa estar na origem destes eventos”.

O assunto “continua a ser acompanhado pelas autoridades nacionais de saúde”, conclui o comunicado, mencionando a participação das autoridades portuguesas “na avaliação que decorre a nível europeu em conjunto com as autoridades congéneres europeias, nomeadamente em reuniões a decorrer na próxima semana”.

AstraZeneca não identifica risco acrescido de coágulos associado à vacina

A farmacêutica AstraZeneca comunicou neste domingo que levou a cabo uma avaliação das pessoas que receberam a sua vacina contra a covid-19 e que a investigação não encontrou indícios de um risco acrescido de formação de coágulos sanguíneos. Este processo de verificação envolveu mais de 17 milhões de pessoas vacinadas na União Europeia e no Reino Unido. 

“Uma avaliação cuidadosa de todos os dados de segurança disponíveis, relativamente a mais de 17 milhões de pessoas vacinadas na União Europeia e no Reino Unido com a vacina contra covid-19 da AstraZeneca, mostrou que não há provas de um risco acrescido de embolia pulmonar, trombose venosa profunda ou trombocitopenia [ou plaquetopenia], em nenhum grupo definido por idade ou género, lote ou país”, lê-se no comunicado da empresa.

As autoridades da Dinamarca, Noruega e Islândia suspenderam a administração da vacina da AstraZeneca depois de terem surgido casos de formação de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas. Na semana passada, a Áustria suspendeu o lote de vacinas associado aos casos identificados, enquanto investiga uma morte causada pela formação de coágulos. A Irlanda, por sua vez, suspendeu temporariamente neste domingo a administração da vacina da AstraZeneca, “por precaução adicional”.

A farmacêutica adianta que testes adicionais estão a ser conduzidos tanto pela AstraZeneca como pelas autoridades de saúde europeias. A empresa adianta que nenhum dos testes mostrou até agora motivos para preocupações.

A AstraZeneca acrescentou ainda que não foram confirmados problemas relacionados com a qualidade de nenhum dos lotes da sua vacina contra a covid-19 usados na Europa ou no resto do mundo. 

Sob análise estão os lotes ABV5300 (suspenso pelas autoridades da Áustria, Estónia, Letónia, Lituânia e Luxemburgo) e ABV2856 (suspenso em Itália e Roménia) da vacina da AstraZeneca, que “não foram distribuídos para Portugal”, de acordo com um esclarecimento conjunto divulgado na sexta-feira pela DGS e pelo Infarmed.