Derrota na “bola de jogo” deixa Portugal mais longe do Mundial

A selecção portuguesa de râguebi permitiu que a Roménia marcasse dois ensaios nos últimos cinco minutos e acabou derrotada no Jamor, por 27-28.

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Miguel Carmo

Uma semana depois de se estrear no Rugby Europe Championship 2021, competição que serve de apuramento para o Mundial 2023, com uma derrota frente à Geórgia, num jogo onde o poderio físico dos georgianos fez a diferença, Portugal voltou a perder, mas desta vez por culpa própria.

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Uma semana depois de se estrear no Rugby Europe Championship 2021, competição que serve de apuramento para o Mundial 2023, com uma derrota frente à Geórgia, num jogo onde o poderio físico dos georgianos fez a diferença, Portugal voltou a perder, mas desta vez por culpa própria.

Contra uma Roménia que voltou a mostrar que atravessa um mau momento, a selecção portuguesa de râguebi acumulou erros e, com dois ensaios sofridos nos últimos cinco minutos, acabou derrotada no Jamor, por 27-28.

Se, uma semana antes, no mesmo palco, a habitual força e qualidade do pack da Geórgia, um dos mais fortes a nível mundial, colocou Portugal permanentemente em dificuldades, acabando por fazer a diferença no final apesar da exibição positiva portuguesa, o segundo jogo de Portugal no Championship 2021 terminou com novo desaire por culpa própria do “XV” português.

Perante uma Roménia que está muito longe do nível que atingiu no passado e que tinha perdido há uma semana na Rússia (18-13), a selecção portuguesa mostrou, como já se esperava, dificuldades no confronto entre avançados, e, logo aos 3’, o segunda-linha Rebello de Andrade viu um cartão amarelo por forçar a queda de um maul, deixando Portugal reduzido a 14 jogadores durante dez minutos.

No entanto, apesar do experiente primeiro-centro Florin Vlaicu, que foi suplente contra Portugal no Mundial 2007, ter aproveitado a penalidade para pontuar (0-3), a diferença no confronto entre packs não era significativa nas formações-ordenadas e, quando a bola circulava nas linhas-atrasadas portuguesas, as debilidades do jogo romeno eram óbvias.

Assim, com naturalidade, mesmo a jogar com menos um, Portugal chegou ao primeiro ensaio, por Dany Antunes, após um bom entendimento entre Samuel Marques e José Lima.

Porém, desde cedo os “lobos” começaram a acumular falhas na transmissão de bola e alinhamentos deficientes. Mesmo sem jogar bem, a Roménia foi aproveitando para ir pontuando com penalidades de Vlaicu, colocando a diferença à meia hora na margem mínima (10-9).

Mesmo sem jogar bem, Portugal sempre que fazia a bola circular com velocidade criava desequilíbrios na defesa romena e, aos 35’, um ensaio de Jerónimo Portela garantiu ao intervalo oito pontos de vantagem à equipa comandada pelo francês Patrice Lagisquet (17-9).

A segunda parte foi mais do mesmo. Acumulando erros não forçados e sem grandes soluções para parar os mauls dos romenos, Portugal sofreu o primeiro ensaio aos 50’ (17-14), mas em cima da hora de jogo, na primeira vez que criou uma plataforma de ataque no meio-campo romeno, arrancou uma penalidade e Samuel Marques fez o 20-14.

Pouco depois, a bola voltou a circular entre os três-quartos de Portugal e a Roménia voltou a sofrer ensaio: Storti colocou a diferença em 27-14.

Com pouco mais de dez minutos para jogar, Portugal tinha a vitória no bolso e podia ambicionar chegar ao quarto ensaio, que garantia o ponto de bónus ofensivo, mas, num ápice, a equipa portuguesa entregou o jogo.

Sem segurarem a bola, os portugueses foram dando ânimo aos romenos, que não desperdiçaram as ofertas: com erros defensivos e ofensivos, Portugal permitiu que a Roménia marcasse ensaio aos 75’ e, na “bola de jogo”, surgiu o quarto toque de meta dos jogadores de Leste na partida.

Por culpa própria, Portugal perdia por um ponto (27-28) e ficava bem mais longe do Mundial 2023.