Transportes públicos acompanham desconfinamento, mas sem medidas especiais
As transportadoras públicas da Área Metropolitana de Lisboa e do Porto afirmam que vão reajustar a oferta à procura sempre que assim se justificar, embora se comprometam a cumprir a lotação máxima de 2/3.
O plano de desconfinamento, anunciado esta quinta-feira, permite dar um passo em frente a cada quinze dias, e o primeiro está já planeado para a próxima segunda-feira. A abertura de creches, pré-escolares e 1º ciclo, bem como serviços estéticos, livrarias, bibliotecas e arquivos, vai colocar mais pessoas a circular no espaço público e os serviços de transporte afirmam estar preparados para o aumento da procura.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O plano de desconfinamento, anunciado esta quinta-feira, permite dar um passo em frente a cada quinze dias, e o primeiro está já planeado para a próxima segunda-feira. A abertura de creches, pré-escolares e 1º ciclo, bem como serviços estéticos, livrarias, bibliotecas e arquivos, vai colocar mais pessoas a circular no espaço público e os serviços de transporte afirmam estar preparados para o aumento da procura.
Tanto na Área Metropolitana de Lisboa (AML), como na do Porto (AMP), a oferta tem vindo a ser reajustada durante as várias fases da pandemia e não se avizinham medidas especiais para a primeira etapa do segundo desconfinamento do país – nem António Costa as referiu no seu discurso.
No caso de Lisboa, prevê-se uma adopção do horário escolar nos transportes rodoviários para responder ao regresso às aulas, embora a oferta seja ainda muito superior à procura – existe uma folga de cerca de 60% na maior parte das carreiras. No entanto, a AML não descarta uma constante reavaliação dos seus transportes, “podendo haver reforços em certas linhas ou horários onde seja detectada uma maior procura”, de forma a fazer cumprir a regra de 2/3 da ocupação, que se manteve apesar dos peritos terem defendido uma lotação limitada a apenas 25% do normal.
Já quanto aos transportes ferroviários, metropolitanos e fluviais, desde o final de Janeiro que têm “operado em números muito próximos aos 100% da sua capacidade” operacional, segundo a AML, não sendo necessárias grandes reavaliações para assegurar a taxa de ocupação máxima definida.
A norte, a AMP também não descarta reajustes na sua oferta e afirma que já “instruiu os operadores da sua área de competência para procederem à reactivação das linhas de transporte público” que servem o ensino pré-escolar e o 1º ciclo.
A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) afirma, no entanto, que “no imediato, não serão consideradas novas alterações à operação, mantendo-se os horários preparados para o confinamento, actualmente, em vigor”. No final de Fevereiro, a STCP já tinha diminuído a frequência dos seus autocarros em 19%, medida que justificou, entre outras razões, pela “permanência dos estabelecimentos de ensino encerrados”. Contudo, a transportadora afirma que faz “uma monitorização constante da sua operação, de modo a identificar situações que possam ser alvo de reajustes”, garantindo o cumprimento das regras de lotação estabelecidas.
Em resposta ao PÚBLICO, é ainda referido, pela AMP, que os operadores privados de transporte público contratados, em Novembro, para reforçar a oferta da STCP encontram-se preparados “para responder a aumentos da procura”.
Texto editado por Ana Fernandes