O maior evento das músicas do mundo fica dois anos em Portugal: “Um caso único”
Depois do Porto, Lisboa será a sede da Womex em 2022.
Depois do Porto, que acolherá a 27.ª edição da Womex de 27 a 31 de Outubro deste ano, o maior evento internacional dedicado às músicas do mundo seguirá para Lisboa, onde terá lugar de 19 a 23 de Outubro de 2022. A realização da Womex em Portugal por dois anos consecutivos é “um caso único”, disse esta manhã, a partir de Berlim, o director daquela organização sediada na Alemanha, Alexander Walter.
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Depois do Porto, que acolherá a 27.ª edição da Womex de 27 a 31 de Outubro deste ano, o maior evento internacional dedicado às músicas do mundo seguirá para Lisboa, onde terá lugar de 19 a 23 de Outubro de 2022. A realização da Womex em Portugal por dois anos consecutivos é “um caso único”, disse esta manhã, a partir de Berlim, o director daquela organização sediada na Alemanha, Alexander Walter.
O produtor António Miguel Guimarães, responsável pelas duas próximas edições da Womex, explicou na mesma conferência de imprensa desta manhã, na Câmara Municipal de Lisboa, que o feito resultou de duas candidaturas distintas, uma para cada cidade, com o apoio das respectivas autarquias e também do Ministério da Cultura e do Turismo de Portugal. “É um caso único, conseguirmos ter [a Womex] dois anos consecutivos”, sublinhou, referindo que o processo de candidatura foi desenvolvido num “período de expansão” no país, do ponto de vista económico e de turismo. “E, de repente, cai-nos a pandemia...”
Segundo o produtor, Portugal acolherá as duas edições da feira num momento de “revolução à escala internacional”, “uma fase extraordinária e única”, em que “os apoios não chegam”, “as redes de música ficaram semidestruídas” e não se sabe quantas salas de espectáculos voltarão a abrir e em que condições. “Mas temos de conseguir dar a volta. O Womex é um instrumento crucial para fazer isto. (...) O trabalho nestas duas edições tem reflexo para os próximos seis anos”, disse António Miguel Guimarães.
Lembrando o efeito que a passagem por anteriores edições do evento teve para a projecção internacional de artistas como Mariza, António Zambujo, Deolinda ou Danças Ocultas, o produtor salientou ainda a importância de um evento desta natureza na promoção da diversidade e do respeito intercultural que os actuais tempos de “xenofobia e nacionalismo” exigem.
De acordo com a vereadora da Cultura da Câmara de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, o Womex 2022 envolverá vários espaços culturais da cidade, como o Teatro Municipal São Luiz, o Cinema São Jorge, o Coliseu, o Capitólio, o Teatro Tivoli e o Lisboa Ao Vivo, e contará com cerca de três mil programadores, produtores, jornalistas de todo o mundo, de olhos postos na música em língua portuguesa. O evento inclui uma feira e uma intensa programação de concertos e showcases, a que se juntam debates e conferências e um festival de cinema.
Catarina Vaz Pinto sublinhou que a identidade de Lisboa “radica na ideia de ponto de encontro de culturas e de encruzilhada de mundos” e que a Womex será “uma oportunidade muitíssimo importante para consolidar” uma cidade que se vem afirmando como “um viveiro de músicas do mundo”.
Nascido em 1994 com o objectivo de funcionar como um trampolim para géneros musicais “exteriores aos eixos então dominantes da indústria”, o Womex estreou-se em Berlim antes de percorrer uma série de cidades europeias, de Copenhaga a Bruxelas, de Estocolmo a Roterdão, de Sevilha a Marselha. A edição de 2020, que deveria ter tido lugar em Budapeste, acabou por decorrer apenas em formato digital.