“É um fardo e tanto ser um escritor israelita”, disse Zeruya Shalev numa entrevista depois de ter conquistado o prémio Femina para romance estrangeiro com O Que Resta da Nossa Vida. Referia a escassez de falantes de hebreu, a língua em que escreve e que é falada em território israelita; referia a ambiguidade com que os escritores israelitas são olhados no exterior: sempre como alguém que “pactua” com um estado hostil em relação ao povo palestiniano e sempre como alguém a quem se pede que tome partido, ser contra ou a favor da violência contra esse povo. Zeruya Shalev é uma activista pela paz. Mas o fardo a que se refere contém ainda outra nuance: a da tradição da literatura israelita dar papel secundário às autoras.
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“É um fardo e tanto ser um escritor israelita”, disse Zeruya Shalev numa entrevista depois de ter conquistado o prémio Femina para romance estrangeiro com O Que Resta da Nossa Vida. Referia a escassez de falantes de hebreu, a língua em que escreve e que é falada em território israelita; referia a ambiguidade com que os escritores israelitas são olhados no exterior: sempre como alguém que “pactua” com um estado hostil em relação ao povo palestiniano e sempre como alguém a quem se pede que tome partido, ser contra ou a favor da violência contra esse povo. Zeruya Shalev é uma activista pela paz. Mas o fardo a que se refere contém ainda outra nuance: a da tradição da literatura israelita dar papel secundário às autoras.