Polícia acusado da morte de George Floyd recebe terceira acusação de homicídio
Derek Chauvin estava acusado de dois tipos de homicídio, mas o Tribunal de Recurso do Minnesota obrigou o juiz responsável pelo processo a aceitar uma acusação que tinha sido rejeita em Outubro.
Derek Chauvin, o ex-agente da polícia de Minneapolis que foi acusado pelo homicídio, em Maio de 2020, do afro-americano George Floyd, vai ser julgado por uma terceira acusação de homicídio.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Derek Chauvin, o ex-agente da polícia de Minneapolis que foi acusado pelo homicídio, em Maio de 2020, do afro-americano George Floyd, vai ser julgado por uma terceira acusação de homicídio.
Chauvin respondia por duas acusações – uma de homicídio culposo (sem intenção), e uma de homicídio negligente (manslaughter).
Ainda em Maio de 2020, a equipa do Ministério Público acrescentou a essa lista uma terceira acusação, de homicídio em terceiro grau – quando a morte resulta de uma acção “iminentemente perigosa para outros”.
Em Outubro do ano passado, o juiz responsável pelo processo, Peter Cahill, deixou cair a acusação de homicídio em terceiro grau. Na altura, a interpretação dos tribunais no Minnesota era a de que essa acusação só se aplicava aos casos em que há uma intenção de matar sem um alvo específico – por exemplo, num ataque com tiros contra os passageiros de um comboio em movimento.
Já este ano, em Fevereiro, o Tribunal de Recurso do Minnesota mudou esse entendimento, ao dar como válida uma condenação por homicídio em terceiro grau de um outro agente da polícia de Minneapolis, num caso que também envolveu apenas uma vítima.
Na sequência dessa decisão, o Ministério Público do Minnesota pediu ao Tribunal de Recurso que obrigasse o juiz Peter Cahill a aceitar a acusação de homicídio em terceiro grau contra Derek Chauvin, no caso do homicídio de George Floyd. A resposta chegou esta quinta-feira, e o ex-agente da polícia de Minneapolis passa agora a defender-se de três acusações.
Julgamentos separados
O julgamento de Chauvin começou na terça-feira, um depois da data inicial, com um longo processo de escolha dos 12 jurados que vão ouvir os argumentos de ambas as partes e tomar uma decisão final. Antes da notícia sobre a terceira acusação contra Chauvin, o arranque da fase de audições de testemunhas estava marcado para 29 de Março.
Se for considerado culpado, Chauvin enfrenta uma pena máxima de 40 anos pela primeira acusação, de dez anos pela segunda acusação e de 25 anos pela terceira acusação.
Os outros três agentes que acompanharam Chauvin na detenção vão ser julgados à parte, em Agosto.
Tanto Chauvin, de 44 anos, como Thomas Lane (37), Tou Thao (34) e J. Alexander Kueng (26) foram despedidos da polícia um dia após a morte de Floyd – mas só depois de uma testemunha ter partilhado um vídeo em que se vê Chauvin a pressionar com um joelho o pescoço de Floyd, que estava já algemado com as mãos atrás das costas e dominado no chão por outros dois agentes.