Startup de origem portuguesa quer que os jovens adultos façam swipe right aos seguros
A Lovys descomplica os seguros e torna-os atraentes para os mais jovens. Como no Spotify, é possível fazer subscrições mensais, online, instantâneas e personalizáveis. Em 2021 já angariou 17 milhões de euros de investidores e quer crescer no mercado português.
Os seguros são, regra geral, aborrecidos. Quando pensamos em seguros, imaginamos a burocracia da vida adulta, contratos a longo prazo, horas passadas nas seguradoras. “Porque é que insistimos na mensagem chata de que a vida é cheia de imprevistos e precisamos de criar medo para vender um seguro? Por que não vê-lo como algo que nos permite viver a vida ao máximo, livres e sem medo?” João Cardoso, director executivo e fundador da Lovys, quer que nos apaixonemos pelos seguros. Numa referência ao Tinder, que lhes façamos um swipe right.
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Os seguros são, regra geral, aborrecidos. Quando pensamos em seguros, imaginamos a burocracia da vida adulta, contratos a longo prazo, horas passadas nas seguradoras. “Porque é que insistimos na mensagem chata de que a vida é cheia de imprevistos e precisamos de criar medo para vender um seguro? Por que não vê-lo como algo que nos permite viver a vida ao máximo, livres e sem medo?” João Cardoso, director executivo e fundador da Lovys, quer que nos apaixonemos pelos seguros. Numa referência ao Tinder, que lhes façamos um swipe right.
Em 2017, o jovem empresário, aos 33 anos, quis criar a seguradora que todos gostaríamos de ter, adaptada ao mundo moderno: rápida, online e personalizável. Como um Spotify, mas para seguros. Acima de tudo, e esta é a parte disruptiva, quis torná-la atraente para os mais jovens. Hoje, diz, 60% dos clientes da Lovys, no mercado português e francês, têm até 35 anos, e 80% até 45 anos.
“Queremos que o cliente sinta que somos radicalmente diferentes. Que diga ‘Adoro isto!’, como diz um cliente da Tesla ou da Apple.” A preocupação de João Cardoso em manter-se próximo do público-alvo traduz-se no trabalho diário. “Todas as semanas falo com clientes. Provavelmente, a maior parte das seguradoras ou CEO não o faz. Mas para nós essa proximidade é vital. Se não seguirmos o feedback, não temos razão de existir”, explica o leiriense a viver em Paris.
Em 2020, a startup conquistou 20 vezes mais clientes do que no ano anterior. O crescimento, dos mil aos 20 mil clientes, registou-se essencialmente no mercado francês, uma vez que o português é, ainda, embrionário. “Quando o confinamento começou não sabíamos o que esperar. Mas rapidamente se tornou claro que a Lovys faz ainda mais sentido no contexto actual. As pessoas perceberam que a vida não é estática, as suas necessidades mudaram e a nossa protecção também tem de ser dinâmica e evoluir.”
A Lovys é uma seguradora totalmente digital, a funcionar 24 horas por dia e acessível em qualquer parte do mundo. Basta descarregar a aplicação para smartphone e, no caso do mercado francês, fazer uma subscrição instantânea do seguro para o carro, a casa, telemóvel ou animais de estimação. Em Portugal ainda só existe a opção de seguro para telemóvel, mas a intenção é, em 2021, expandir a oferta, tanto em território nacional como internacional.
Em Janeiro de 2021, a startup de origem portuguesa recebeu 17 milhões de euros de investidores – a Portugal Ventures e a Maif Avenir – para manter o crescimento registado em 2020, chegar a novos mercados e melhorar o produto, “para que os clientes amem, de facto, a Lovys, como o nome indica”.
Meses antes, em Outubro de 2020, a Lovys abriu 30 vagas para o pólo de desenvolvimento tecnológico português, em Leiria. A startup conta, agora, com 70 trabalhadores, de diversas nacionalidades, entre os escritórios de Paris, Lisboa, Leiria e Porto. “A questão, para mim, não é se irá, ou não, acontecer, mas sim quais serão as empresas a liderar a migração para o digital. Espero que a Lovys seja uma delas.”