Alunos da Escola 72 vão continuar a ter aulas na Junta da Estrela

Estudantes devem manter-se na escola provisória nos próximos dois ou três anos lectivos. Há um estudo prévio para a reabilitação que deixa os pais “muito satisfeitos”.

Foto
As instalações da junta foram adaptadas em poucos dias rui gaudencio

Os alunos da Escola Básica 72 vão continuar a ter aulas em instalações da Junta da Estrela durante os próximos dois ou três anos lectivos. Já existe um estudo prévio para a reabilitação da velhinha escola da Rua da Bela Vista à Lapa, mas as obras só devem arrancar daqui a cerca de um ano.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os alunos da Escola Básica 72 vão continuar a ter aulas em instalações da Junta da Estrela durante os próximos dois ou três anos lectivos. Já existe um estudo prévio para a reabilitação da velhinha escola da Rua da Bela Vista à Lapa, mas as obras só devem arrancar daqui a cerca de um ano.

Perante a crescente degradação do edifício, a Câmara de Lisboa decidiu que os estudantes deviam passar para contentores no Mercado do Rato, mas a montagem atrasou-se de tal forma que a duas semanas do início das aulas ainda era incerto onde decorreria o actual ano lectivo.

A junta de freguesia decidiu então transformar a sua sede em escola provisória. “O que os pais gostariam era que os alunos ficassem ali até ao fim das obras”, diz Joana Mascarenhas, da associação de pais e encarregados de educação. “É um espaço grande, foi sempre respeitado o distanciamento, os miúdos adaptaram-se muito bem.”

Fotogaleria
DR

Para Luís Newton, presidente da junta (PSD), já não faz sentido equacionar que os alunos se mudem para o Mercado do Rato ou para a Escola Secundária do Restelo, como também chegou a ser pensado pela câmara. “Hoje a comunidade escolar nem sequer nos ia permitir pensar nos contentores”, diz o autarca.

As instalações da junta na Rua do Quelhas foram adaptadas em poucos dias a meio de Setembro passado, recebendo elogios até da oposição socialista na freguesia. Em sentido contrário, o executivo camarário PS-BE foi criticado por “inacção” e por querer “desenraizar” os alunos.

Luís Newton diz que esta paragem das aulas foi aproveitada para dar alguns retoques nas instalações e que vão ser necessárias “algumas intervenções mais estruturais”. Joana Mascarenhas elogia a junta por “desempenhar um bom papel de ligação com a comunidade escolar”.

Em Janeiro foi apresentado aos pais o estudo prévio de reabilitação da Escola 72, elaborado pelo arquitecto Gonçalo Byrne. “Neste momento encontramo-nos em período de desenvolvimento do projecto”, informa uma fonte oficial do vereador da Educação, Manuel Grilo (BE). “Estima-se que o concurso de empreitada possa ser lançado no segundo semestre de 2021. A obra terá um prazo de duração de 18 meses.” Como todas as intervenções em escolas de Lisboa, esta obra está a ser gerida pela empresa municipal SRU.

À associação de pais foi dada a indicação de que no ano lectivo 2023/2024 já haverá aulas numa escola renovada. Joana Mascarenhas afirma que os encarregados de educação ficaram “muito satisfeitos” com o que viram, uma vez que estão previstos novos equipamentos, como um campo de basquete, e a reabilitação transformará por completo o existente.

No entanto, acrescenta, “é importante que se cumpram os timings” pois “os pais têm essa expectativa”. Na história recente da reabilitação de escolas em Lisboa há poucas que tenham chegado ao fim sem atrasos.