Harry e Meghan: Palácio de Buckingham organiza reuniões de gestão de crise

A família real britânica ainda não reagiu, nem se espera que tenha uma reacção imediata à entrevista dada pelos duques de Sussex a Oprah Winfrey.

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O pai de Meghan Markle já reagiu à entrevista e desvalorizou as acusações feitas pela filha REUTERS/HARPO PRODUCTIONS

O príncipe Harry e a mulher Meghan deram a sua primeira grande entrevista na televisão norte-americana, no domingo à noite, à produtora e apresentadora Oprah Winfrey, desde que pediram para se afastar da família real britânica há um ano. A entrevista caiu como uma bomba, já que acusa a monarquia de racismo, insensibilidade e relações familiares tensas. Desde então, avança a BBC, já terão sido marcadas várias reuniões de gestão de crise com membros seniores da família real. 

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O príncipe Harry e a mulher Meghan deram a sua primeira grande entrevista na televisão norte-americana, no domingo à noite, à produtora e apresentadora Oprah Winfrey, desde que pediram para se afastar da família real britânica há um ano. A entrevista caiu como uma bomba, já que acusa a monarquia de racismo, insensibilidade e relações familiares tensas. Desde então, avança a BBC, já terão sido marcadas várias reuniões de gestão de crise com membros seniores da família real. 

Racismo, saúde mental e relações com a imprensa foram alguns dos temas da entrevista dada pelos duques de Sussex em horário nobre televisivo deste domingo, 7 de Março, a Oprah. A imprensa britânica foi a primeira reagir com alguns colunistas a serem muito críticos às declarações feitas. O Palácio de Buckingham ainda não reagiu, nem se espera que tenha uma reacção imediata à entrevista. A Rainha Isabel II terá mesmo recusado assinar um comunicado e esteve esta segunda-feira reunida com o príncipe Carlos e o filho William, alega o Daily Mail. O The Times revela também que a monarca pediu mais tempo para reflectir sobre o assunto, antes de emitir qualquer declaração.

A correspondente real da BBC, Daniela Relph, disse que o palácio “não quererá sentir-se pressionado para dizer alguma coisa” sobre as alegações do príncipe Harry e de Meghan Markle. O casal não terá acusado directamente a rainha (Meghan diz que é “maravilhosa”; Harry declara: “É a minha coronel-chefe, certo? Será sempre”), mas sim todo o sistema à sua volta — a que a duquesa de Sussex chama “a Firma”.

Alegadamente já terão sido marcadas reuniões de gestão de crise com os vários membros seniores da família real britânica. Na entrevista, o príncipe Harry disse que “estava encurralado dentro do sistema”, como de resto estão os príncipes Carlos e William: “O meu pai e o meu irmão estão encurralados. Não podem sair, e eu tenho uma enorme compaixão por isso.”

O pai de Meghan Markle já reagiu à entrevista — em declarações à ITV — e desvalorizou as acusações feitas pela filha. Thomas Markle diz não considerar a família real racista, ainda que os duques de Sussex tenham revelado uma conversa sobre a cor de pele de Archie, que esteve a base da decisão de o filho de ambos não ter o título de príncipe. Porém, Harry disse que nunca vai partilhar essa conversa. “Na altura, foi embaraçoso, fiquei um pouco chocado”, recorda, acrescentando que esta conversa aconteceu “logo no início” da relação.

Recorde-se que a relação entre Meghan e o pai, Thomas Markle, tem sido conturbada nos últimos anos. Antes do casamento real, fez-se fotografar por um alegado paparazzi que, afinal, foi contratado pelo próprio. Na altura, Thomas Markle pôs a circular fotografias que mostravam que estava a preparar-se para o casamento. O pai Meghan sofreu depois um ataque cardíaco que o impossibilitou de marcar presença no casamento, acabando a duquesa por ser levada ao altar pelo futuro sogro, o príncipe Carlos.

Só nos EUA, a emissão da entrevista terá atraído uma audiência de 17,1 milhões. Mas por que interessa ao casal a popularidade na América? É que serão os americanos, e não os britânicos, que poderão vir a ser decisivos para o sucesso dos projectos que lhes irão pagar as contas, dos mais mediáticos, como os que assentam nos acordos com a Netflix ou com o Spotify, à fundação de solidariedade que criaram já em solo americano, a Archewell.