O tempo perguntou ao tempo
Quero que os meses se estiquem, quero aproveitar cada minuto, quero sentir que gravei com precisão cada segundo e que os guardei como uma pintura definida em vez do borrão que parece ter dominado as minhas memórias. Mas sinto-me sempre a falhar.
O tempo é um lugar estranho. E esta é uma daquelas coisas que só começamos a perceber quando nos confrontamos com os primeiros sinais da sua passagem. Um dia, ao espelho, descobrimos um cabelo branco. É verdade que podemos até ignorá-lo ou brincar com a sua chegada. Mas depois vem o dia em que nos levantamos da cama e sentimos dores em todo o lado, como se as noites já não fossem suficientemente revigorantes. Numa tentativa de nos enganarmos, trocamos primeiro de almofada e depois de colchão. Só que as dores continuam e, de repente, o alarme dispara e a realidade começa a ser impossível de ignorar: a nossa juventude está a ficar para trás.
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O tempo é um lugar estranho. E esta é uma daquelas coisas que só começamos a perceber quando nos confrontamos com os primeiros sinais da sua passagem. Um dia, ao espelho, descobrimos um cabelo branco. É verdade que podemos até ignorá-lo ou brincar com a sua chegada. Mas depois vem o dia em que nos levantamos da cama e sentimos dores em todo o lado, como se as noites já não fossem suficientemente revigorantes. Numa tentativa de nos enganarmos, trocamos primeiro de almofada e depois de colchão. Só que as dores continuam e, de repente, o alarme dispara e a realidade começa a ser impossível de ignorar: a nossa juventude está a ficar para trás.