O caso John McTiernan

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John McTiernan Francois G. Durand/WireImage/Getty Images

Nas últimas semanas, esteve muito presente neste suplemento o “desaparecido” John Carpenter. Há outro desaparecimento importante, e ainda mais radical, no século XXI, outro cineasta que nos anos 80 e 90 foi dos mais ousados entre os que trabalhavam na frente mais popular do cinema americano. É John McTiernan, que não filma desde 2003 (Basic), e desde então se viu envolvido numa estranhíssima história de paranóia, espionagem e perjúrio, que mais parece saída do argumento de um Pakula dos anos 70 e lhe valeu uma passagem pela prisão. Aos 70 anos, parece perdido para o cinema, tanto mais que, como também dizíamos há umas semanas, os tempos não estão propícios a redenções. Mas é o cinema americano, o cinema espectacular, o cinema popular, que mais perde: não se pode contar uma história desse cinema nas últimas décadas do século sem Predador, sem Assalto ao Arranha-Céus, sem esse apogeu do “espectáculo pós-moderno” que foi O Último Grande Herói, a última tentativa de inserir o grande escapismo americano numa história da cultura ocidental (e monumental flop que foi, claro). Nem, sobretudo, sem a obra-prima de McTiernan, O Caso Thomas Crown (um remake, e bem melhor, do homónimo filme de Norman Jewison).

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Nas últimas semanas, esteve muito presente neste suplemento o “desaparecido” John Carpenter. Há outro desaparecimento importante, e ainda mais radical, no século XXI, outro cineasta que nos anos 80 e 90 foi dos mais ousados entre os que trabalhavam na frente mais popular do cinema americano. É John McTiernan, que não filma desde 2003 (Basic), e desde então se viu envolvido numa estranhíssima história de paranóia, espionagem e perjúrio, que mais parece saída do argumento de um Pakula dos anos 70 e lhe valeu uma passagem pela prisão. Aos 70 anos, parece perdido para o cinema, tanto mais que, como também dizíamos há umas semanas, os tempos não estão propícios a redenções. Mas é o cinema americano, o cinema espectacular, o cinema popular, que mais perde: não se pode contar uma história desse cinema nas últimas décadas do século sem Predador, sem Assalto ao Arranha-Céus, sem esse apogeu do “espectáculo pós-moderno” que foi O Último Grande Herói, a última tentativa de inserir o grande escapismo americano numa história da cultura ocidental (e monumental flop que foi, claro). Nem, sobretudo, sem a obra-prima de McTiernan, O Caso Thomas Crown (um remake, e bem melhor, do homónimo filme de Norman Jewison).