Índice de contágio sobe de forma ligeira em todo o país
Valor mínimo do indicador que mede quantas pessoas são infectadas por alguém com covid-19 foi registado em meados de Fevereiro. Apesar da subida, todas as regiões do país (à exepção da Madeira e dos Açores) têm um Rt abaixo de 1.
O índice de transmissibilidade da covid-19 (conhecido como Rt) subiu ligeiramente a nível nacional nas últimas duas semanas. Segundo o relatório publicado esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), que tem feito uma análise semanal destes dados, o índice foi de 0,71 entre 24 e 28 de Fevereiro, valor que representa uma ligeira subida em relação aos 0,68 e 0,66 dos dois períodos anteriores.
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O índice de transmissibilidade da covid-19 (conhecido como Rt) subiu ligeiramente a nível nacional nas últimas duas semanas. Segundo o relatório publicado esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), que tem feito uma análise semanal destes dados, o índice foi de 0,71 entre 24 e 28 de Fevereiro, valor que representa uma ligeira subida em relação aos 0,68 e 0,66 dos dois períodos anteriores.
A subida deste indicador significa que não já não está a descer a uma velocidade tão acentuada como em meados de Fevereiro, altura em que o valor mínimo do Rt foi registado em Portugal. Ainda assim, todas as regiões do país (à excepção das regiões autónomas) continuam com um índice de transmissibilidade abaixo de um.
O R é um dos indicadores utilizados a nível internacional para perceber a capacidade de contágio de uma doença e subdivide-se em R0 e Rt. O valor de R0 (0 de zero) mede o número de contágios que acontecem quando a doença tem condições para se disseminar, sem qualquer medida de confinamento, e é calculado no início da epidemia.
Já o valor de Rt (ou efectivo) é relevante nas fases seguintes da epidemia, depois de aplicadas as medidas para conter a propagação da doença, quando o número médio de contactos que um doente infeccioso tem começa a diminuir. Este número médio de casos secundários resultantes de um caso infectado, medido em função do tempo, deve ser calculado ao longo da epidemia e pode ser usado para medir a efectividade das medidas de contenção e atraso.
Na prática, se este valor for igual a 1 quer dizer que uma pessoa infectada vai dar origem a outro caso de infecção. Caso esteja acima de 1, o número de casos irá aumentar; se for inferior a 1, haverá uma diminuição das infecções.
Nos últimos dois períodos analisados pelo INSA, o Rt na região Norte subiu de 0,65 para 0,72, no Alentejo de 0,65 para 0,73 e no Algarve de 0,70 para 0,79. Os Açores e a Madeira também registaram uma subida deste indicador para valores acima de 1: os Açores têm agora um Rt de 1,02 (no período anterior era de 0,80) e a Madeira de 1,15 (em comparação com os 0,95 da análise anterior).
O Centro foi a única região do país a registar uma descida deste indicador (de 0,66 para 0,63) e Lisboa e Vale do Tejo manteve o Rt em 0,68.
Portugal registou o índice de transmissibilidade mais baixo desde o início da pandemia em meados de Fevereiro deste ano. Segundo explicou o epidemiologista Baltazar Nunes, do Instituto Ricardo Jorge, na reunião no Infarmed realizada a 22 de Fevereiro, Portugal tinha também o valor do Rt mais baixo da Europa.
Esta quinta-feira, Portugal registou mais 949 novos casos de infecção pelo novo coronavírus e 28 mortes — o mesmo número de óbitos reportado no dia anterior, que corresponde ao menor número diário de mortes por covid-19 desde 27 de Outubro.