BCP é o quarto banco a agravar comissões bancárias este ano

Levantamentos ao balcão sobem 33%, para seis euros, a partir de 17 de Maio.

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Miguel Maya, presidente do BCP, que em 2020 viu cair a receita de comissões por causa da pandemia LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O ano de 2021 volta a registar um forte aumento de comissões nos principais bancos a operar em Portugal. O Millennium BCP é o quarto dos cinco maiores bancos a operar no país a agravar os custos de várias operações, como as transferências, que passam a ter um custo superior a um euro, a partir de 17 de Maio.

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O ano de 2021 volta a registar um forte aumento de comissões nos principais bancos a operar em Portugal. O Millennium BCP é o quarto dos cinco maiores bancos a operar no país a agravar os custos de várias operações, como as transferências, que passam a ter um custo superior a um euro, a partir de 17 de Maio.

Já antes, o BPIo Novo Banco e a Caixa Geral de Depósitos tinham feito actualizações ao preçário, em serviços básicos para a maioria dos clientes, como ter uma conta bancária, um cartão de débito e poder fazer transferências online.

Uma das comissões que sofre um aumento de 33%, ou de 1,5 euros, é a do levantamento de numerário ao balcão, com talão, que passa de 4,50 euros para 6,00 euros. Ficam apenas isentos os clientes analfabetos, invisuais e com conta de serviços mínimos bancários.

O agravamento desta comissão, comum a outros bancos, pretende pressionar os clientes a optar com outros meios de movimentação de conta, como cartões ou transferências, onde o agravamento de custos tem sido elevado.

As alterações, disponíveis no site do banco e avançadas pelo jornal online Eco esta sexta-feira, penalizam os clientes que não aderiram às chamadas contas pacote, que agregam vários serviços por um custo global. A estratégia de “empurrar” os clientes para esse tipo de contas não é de agora e é comum à generalidade dos bancos.

Fora das contas pacote, as transferências a crédito SEPA+ para contas de outros bancos, para montantes até aos 100 mil euros, através da internet ou da aplicação do telemóvel, vão encarecer 10%, passando a custar 1,10 euros, mais imposto de selo. O mesmo tipo de transferências realizadas com recurso ao serviço de telefone com operador ou ao banco passará a ter um agravamento de custo de 8,3%, para 6,50 euros.

As transferências urgentes, que têm custos exageradamente altos nos bancos portugueses, como tem reconhecido o próprio Banco de Portugal, também sobem. Para contas de bancos nacionais e SEPA (pagamento em euros) passarão a custar 25 euros, independentemente valor, contra 20 euros actuais e sobem para 30 fora da área SEPA (de Single Euro Payments Area).

Entre outras comissões que vão subir, para clientes particulares e empresariais, destaca-se o custo dos cheques e de outros serviços associados a este meio de pagamento, dos mais antigos da actividade bancária e onde é visível a estratégia do sector para os reduzir.

As comissões cobradas pelo Millennium BCP em Portugal caíram 0,3% para os 481,5 milhões de euros em 2020, suportado pelas comissões relacionadas com os mercados que, ainda assim, não compensaram a descida, de 423 milhões para 405,7 milhões de euros, verificada nas comissões do negócio bancário na sequência do impacto da pandemia. Um efeito da menor actividade com cartões e transferências, em particular.