Jogo morno, Sporting frio, Coates quente. “Leões” não vacilam na I Liga

A equipa de Rúben Amorim deixou, à condição, os rivais a mais de uma dezena de pontos: são 12 de vantagem para o Sp. Braga, 13 para o FC Porto e 16 para o Benfica.

Fotogaleria

Rúben Amorim tem, desde esta quinta-feira, mais tempo para trabalhar e mais dinheiro na conta – o Sporting renovou-lhe o contrato. O Sporting tem, desde esta sexta-feira, mais vantagem na liderança do campeonato e maior conforto para a manter – renovou a diferença no topo da I Liga.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Rúben Amorim tem, desde esta quinta-feira, mais tempo para trabalhar e mais dinheiro na conta – o Sporting renovou-lhe o contrato. O Sporting tem, desde esta sexta-feira, mais vantagem na liderança do campeonato e maior conforto para a manter – renovou a diferença no topo da I Liga.

O duelo frente ao Santa Clara deu vitória “leonina”, por 2-1, em Alvalade, em jogo da ronda 22 da I Liga. Com este resultado, o Sporting tem, à condição, 12 pontos de vantagem para o Sp. Braga, 13 para o FC Porto e 16 para o Benfica – os três perseguidores ainda jogam nesta jornada. Já a equipa de São Miguel perde mais terreno na luta pelos lugares de apuramento europeu, mas mantém, ainda assim, um confortável sétimo lugar.

Este foi, em traços gerais, um jogo algo aborrecido e parco em oportunidades de golo, no qual o Sporting repetiu predicados já mostrados no passado: eficácia a finalizar e “estrelinha” e perseverança no final do jogo.

Foi um Sporting frio e feliz, com João Palhinha e Pedro Gonçalves, cada um no seu “pelouro”, a serem novamente decisivos. E também Coates, o herói desta noite, que repetiu o que já tinha feito frente ao Gil Vicente, marcando nos “descontos”.

Matheus no lugar de Porro

Na primeira parte viu-se pouca intensidade, pouca velocidade, poucos remates e, sobretudo, pouco perigo junto das balizas. O Sporting surgiu no figurino habitual e Rúben Amorim voltou a mostrar uma forma de pensar diferente, por exemplo, dos treinadores de Benfica e FC Porto: mudar as “pedras”, manter o sistema.

Desta feita foram Pedro Porro, por lesão, e Nuno Santos, por opção, a darem lugar a Matheus Nunes (o brasileiro dos “mil ofícios” jogou a ala) e Bruno Tabata (que “obrigou” Pedro Gonçalves a jogar na meia-esquerda do ataque).

Os açorianos foram a Alvalade numa postura audaz. Não pelo sistema, um 4x2x3x1 sem grandes “invenções”, mas pela forma como mobilizou sempre três jogadores na pressão à construção a três do Sporting.

The partial view '~/Views/Layouts/Amp2020/NOTICIA_POSITIVONEGATIVO.cshtml' was not found. The following locations were searched: ~/Views/Layouts/Amp2020/NOTICIA_POSITIVONEGATIVO.cshtml
NOTICIA_POSITIVONEGATIVO

Os centrais “leoninos” tiveram algumas dificuldades na construção – até mesmo Inácio, o mais capaz nesse domínio – e a falta de Pedro Porro fez-se sentir, já que o espanhol é, muitas vezes, uma solução na criação de jogo.

Com Matheus Nunes menos dado ao jogo e o Sporting refém dos movimentos de Pedro Gonçalves e Nuno Santos em apoio frontal, entre linhas, a equipa pareceu algo “empenada” em matéria de soluções – Tiago Tomás também deu poucas soluções.

Foi neste estado de coisas, com o Santa Clara até mais perigoso (mas sem oportunidades) que, aos 22’, o Sporting mostrou as principais valências que tem tido: um médio capaz de recuperar bolas em zonas adiantadas e entregá-la a preceito (Palhinha), um outro forte a encontrar soluções verticais (João Mário), um ala competente a definir o último passe (Tabata) e um finalizador de excelência (Pedro Gonçalves).

Esta receita tem-se repetido e, frente ao Santa Clara, não foi excepção. Pedro Gonçalves saiu da meia-esquerda e fez um movimento surpreendente para o lado direito. Isolado por Tabata, voltou a mostrar por que motivo é o melhor finalizador dos principais campeonatos europeus – não em golos absolutos, mas em rácio de aproveitamento das oportunidades que tem.

Antes do golo pouco tinha acontecido e, depois dele, menos ainda aconteceu. O Sporting tinha uma “obra perfeita” – um remate, um golo e vantagem no marcador – e controlou o jogo, enquanto o Santa Clara foi incapaz de fazer mais. O intervalo era, para quem via a partida, uma boa notícia.

Sporting vive até ao final

Na segunda parte, o Santa Clara subiu claramente as linhas de pressão e até começou por conseguir encostar o Sporting em 30 metros de terreno, com vários cantos e livres consecutivos – sem particular perigo, graças aos cortes de Inácio, Palhinha e Coates.

Mas já se sabe que para pressionar alto é preciso fazê-lo em bloco, sob pena de esticar a equipa e separar sectores. Foi nesses momentos que o Sporting aproveitou o espaço para boas saídas rápidas, aos 59’ e 63’, mas sem remates.

A cerca de 20 minutos do final, Rúben Amorim, percebendo que o jogo não estava para grandes aventuras ofensivas, pensou em duas vertentes: segurar o resultado, controlando o jogo com bola, e não enjeitar a possibilidade de “matar” o jogo, com um jogador mais fresco na frente. Foi nesse sentido que entraram Daniel Bragança, pouco dado a perdas de bola, e Nuno Santos muito dado a definir bem no último terço.

O jogo, já morno até então, esfriou por completo. Só aos 84’ voltou a haver perigo e… novamente golo. Tal como no golo do Sporting, o Santa Clara celebrou sem muito fazer por isso. Houve um cruzamento largo, Feddal afastou mal a bola e Rui Costa, dentro da área, fez o empate.

Mas o Sporting sabe o que é sobreviver. Já o fez várias vezes e voltou a fazer nesta noite. Com mais um golo nos “descontos”, já depois de remates de Jovane e Coates, os “leões” venceram. Foi Coates o herói, aos 90+3’, após um cruzamento de João Mário.