Hoje em exposição: o artista activista

A luta anti-racista, as questões de género, o combate à emergência climática. O activismo é hoje presença inescapável da prática artística. Com ele, nascem também tensões e contradições. A enunciação de um confronto será, paradoxalmente, geradora de conforto? Sobreviverá a arte incólume à lógica capitalista de tudo transformar em produto e todos em consumidores?

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Estávamos em Dezembro de 2020. Como acontece todos os anos, a britânica ArtReview publica a sua lista das 100 pessoas mais influentes no mundo da arte. Entre elas, encontramos directores de museus, curadores, filósofas, teóricos, docentes universitários. Daquela centena de nomes, apenas 22 pertencem a artistas. Em primeiro, um movimento social, o Black Lives Matter, seguido do colectivo artístico indonésio ruangrupa. Mais abaixo, próxima do director do incontornável Musem of Modern Art de Nova Iorque, Glenn D. Lowry, abaixo de Thelma Golden, directora do Studio Museum no Harlem, instituição de referência de artistas afro-americanos, surge uma filósofa, Judith Butler, nome de destaque do feminismo e da reflexão sobre questões de género.