Paulina ainda tem esperança de enterrar o corpo de oito familiares

Vinte anos após a queda da ponte de Entre-os-Rios, ainda há muitos familiares que não fizeram o luto dos que perderam. O facto de 36 corpos não terem aparecido não ajuda. Se alguns decidiram “apostar na vida”, outros nunca retomaram uma nova normalidade.

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Memorial às vítimas da queda da ponte de Entre-os-Rios. Nelson Garrido

Paulina está ao portão de casa a conversar com uma vizinha, com a distância a que pandemia obriga. A casa é uma moradia de dois pisos, pintada de amarelo, onde reluz o cromado da caleira. Estamos em Raiva, no concelho de Castelo de Paiva, a freguesia à qual a queda da ponte de Entre-os-Rios, uma tragédia que faz hoje 20 anos, roubou mais residentes. Paulina foi dos que mais perderam. As águas do Douro engoliram-lhe a mãe, o pai, um irmão, uma irmã, dois cunhados e três sobrinhos pequenos. Ao todo, nove familiares.

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Paulina está ao portão de casa a conversar com uma vizinha, com a distância a que pandemia obriga. A casa é uma moradia de dois pisos, pintada de amarelo, onde reluz o cromado da caleira. Estamos em Raiva, no concelho de Castelo de Paiva, a freguesia à qual a queda da ponte de Entre-os-Rios, uma tragédia que faz hoje 20 anos, roubou mais residentes. Paulina foi dos que mais perderam. As águas do Douro engoliram-lhe a mãe, o pai, um irmão, uma irmã, dois cunhados e três sobrinhos pequenos. Ao todo, nove familiares.