Jean-Luc Godard prepara o adeus ao cinema
Quando terminar os dois projectos em que se encontra a trabalhar, Jean-Luc Godard dirá adeus ao cinema. Foi o próprio cineasta de 90 anos que o afirmou.
Um dos mais influentes e icónicos realizadores de cinema ainda no activo, o franco-suíço Jean-Luc Godard, afirmou que finalizará mais dois projectos nos quais está a trabalhar e, depois, retirar-se-á. O director de obras clássicas como Acossado (1960) ou O Desprezo (1963), proferiu essas afirmações no contexto do Festival Internacional de Kerala, na Índia, durante uma entrevista-conversa de hora e meia. Durante a mesma esclareceu que planeia retirar-se depois de finalizar dois projectos em que se encontra a trabalhar e que estão em diferentes fases de desenvolvimento.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Um dos mais influentes e icónicos realizadores de cinema ainda no activo, o franco-suíço Jean-Luc Godard, afirmou que finalizará mais dois projectos nos quais está a trabalhar e, depois, retirar-se-á. O director de obras clássicas como Acossado (1960) ou O Desprezo (1963), proferiu essas afirmações no contexto do Festival Internacional de Kerala, na Índia, durante uma entrevista-conversa de hora e meia. Durante a mesma esclareceu que planeia retirar-se depois de finalizar dois projectos em que se encontra a trabalhar e que estão em diferentes fases de desenvolvimento.
Um deles, de nome Scenário, será difundido pelo canal francês Arte, enquanto o outro tem por título Funny Wars. “Estou a terminar a minha vida cinematográfica — sim, a minha vida de cineasta — quando finalizar esses dois projectos”, revelou. “Depois, direi: adeus, cinema.” O cineasta, actualmente com 90 anos, completou o seu último filme em 2018, intitulado O Livro de Imagem. Apesar da discrição nos últimos anos e da pandemia, nunca deixou de fazer aparições públicas. O ano passado, em pleno confinamento, apareceu numa masterclass no Instagram, organizada por Lionel Baier, da Escola de Arte de Lausanne, para falar sobre o lugar da imagem em tempos de pandemia. Durante a mesma disse ser provável que a pandemia tivesse influência indirecta nos trabalhos futuros.
Uma das figuras maiores da Nouvelle Vague, o movimento cinematográfico francês que se viria a tornar conhecido em todo o mundo nos anos 1960, Godard foi autor de inúmeros títulos que hoje são autênticos clássicos. “Fazia filmes como um músico de jazz: escolhia um tema, improvisava, e de algum modo a coisa acabava por se organizar”, afirmou uma vez, recordando os primórdios da relação com o cinema. Agora, segundo ele, essa relação poderá estar a aproximar-se do fim.