Feira da Foda volta a cair por terra por causa da pandemia
A carismática feira de Monção só volta em 2022, confirmou à Fugas, com “muita tristeza”, Agostinho Correia, da organização deste certame que deveria realizar-se no final do mês. Mas promete-se um regresso em grande.
Pelo segundo ano consecutivo, não vai realizar-se a já célebre Feira da Foda, evento que marca o calendário da freguesia de Pias, do concelho de Monção e que, em geral, distribui “boa disposição” por todo o país assim que é anunciada, por razões evidentes. Mas o facto é que o tema da feira é a comida: é dedicada ao cordeiro assado à moda da terra e, muito graças à popularidade que lhe deu o seu nome de baptismo, estava em bom ritmo de crescimento e afluência. Isto até há precisamente um ano, quando foi um dos primeiros certames a ser cancelado devido à declaração de pandemia. “Até me vêm lágrimas aos olhos, acredite”, comentou à Fugas Agostinho Correia, da Confraria da Foda e da junta de freguesia de Pias, que organiza o evento, após confirmar o cancelamento da edição deste ano.
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Pelo segundo ano consecutivo, não vai realizar-se a já célebre Feira da Foda, evento que marca o calendário da freguesia de Pias, do concelho de Monção e que, em geral, distribui “boa disposição” por todo o país assim que é anunciada, por razões evidentes. Mas o facto é que o tema da feira é a comida: é dedicada ao cordeiro assado à moda da terra e, muito graças à popularidade que lhe deu o seu nome de baptismo, estava em bom ritmo de crescimento e afluência. Isto até há precisamente um ano, quando foi um dos primeiros certames a ser cancelado devido à declaração de pandemia. “Até me vêm lágrimas aos olhos, acredite”, comentou à Fugas Agostinho Correia, da Confraria da Foda e da junta de freguesia de Pias, que organiza o evento, após confirmar o cancelamento da edição deste ano.
A feira, que se estreou em 2017, deveria ter tido em 202o uma megaedição, depois do sucesso em 2019, em que recebeu cerca de 35 mil visitantes: “Íamos mais do que duplicar o espaço e triplicar os lugares sentados”, lembra Correia, acrescentando que iria haver uma espécie de upgrade, até no conceito, incluindo “mais conforto” e “decorações alusivas ao prato” que dá nome à festa. "Quando começámos, do Porto para baixo, ninguém sabia o que era a Foda e as pessoas ora se riam ora se admiravam, agora já toda a gente sabe o que é”, conta o co-fundador.
Por isso, estava tudo preparado para fazer crescer a feira. “A ideia era ter um espaço coberto com uns 3500m2 e lugares sentados para 1250 pessoas”, refere Correia, indicando que, embora os planos tenham ficado em águas de bacalhau por causa da pandemia, estes se mantêm e deverão entrar em vigor em 2022. E já há data, para manter a esperança: 1, 2 e 3 de Abril.
A feira, que tem por mote oficial “Degustação da Foda”, foca-se em dar a provar o “prato típico” que consiste no “cordeiro à moda de Monção, em alguidar de barro, levado ao forno de lenha”, bem acompanhado por outra jóia da coroa, o “Alvarinho, tinto e espumante”. Os destaques do programa costumam passar também por “tasquinhas, produtores de rês, máquinas agrícolas, feirantes, artesanato regional, música popular e arraial minhoto”.
Ao contrário de outros certames pelo país, a feira não tem uma versão online programada. “É para provar no local”, “comer a foda, beber o Alvarinho”, como diz Correia. Mas a parte online até já estava pensada para 2020: “As pessoas poderiam comprar as refeições antes”, refere o responsável. Essa novidade deverá ser posta em prática no próximo ano.
Para Correia, um dos fundadores do certame, é realmente uma “grande tristeza” voltar a ver o seu evento cancelado. “Olhar agora para o espaço vazio onde devia estar a feira, é uma sensação... nem sei...”, comenta.
Ainda assim, é com “esperança” que olha para 2022. Até porque há um momento especial reservado para a terra, já agendado em 2020, agora adiado mais um ano. “Um sonho antigo”, adianta o organizador: ter o grupo UHF a tocar no palco da feira. Isto porque “nos anos de 1980, fizeram” em Monção “duas actuações que ficaram na memória de todos e muita gente gostava de vê-los outra vez”. Foram marcados para 2020, outra vez para 2021, e, se tudo correr como se espera, às três é de vez: “Agora, agora, tu és um cavalo de corrida”, ainda se há-de fazer ouvir na Feira da Foda.