Dino d’Santiago traz convidados e canções de intervenção para o aniversário do PÚBLICO
Sam The Kid, Virgul, Kady, Julinho KSD ou Chullage estão entre os convidados do espectáculo especial, via live streaming, que o músico está a preparar para sábado. Em nome de Mamadou Ba.
Será um concerto especial, aquele que Dino d’Santiago está a preparar para a festa do 31.º aniversário do PÚBLICO e que no sábado, pelas 22h, será difundido em live streaming. E sê-lo-á por diversas razões, explica o cantor, um dos maiores acontecimentos actuais no panorama português da música popular. “Em primeiro lugar, no próximo sábado o meu filho completa um mês de vida, o que constitui evidentemente uma coincidência muito feliz”, ri-se ele. Mas há mais.
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Será um concerto especial, aquele que Dino d’Santiago está a preparar para a festa do 31.º aniversário do PÚBLICO e que no sábado, pelas 22h, será difundido em live streaming. E sê-lo-á por diversas razões, explica o cantor, um dos maiores acontecimentos actuais no panorama português da música popular. “Em primeiro lugar, no próximo sábado o meu filho completa um mês de vida, o que constitui evidentemente uma coincidência muito feliz”, ri-se ele. Mas há mais.
“Na manhã seguinte a ter-me sido endereçado o convite para actuar neste aniversário, dei por mim a acordar às seis da manhã com uma ideia”, revela. “Para mim, o PÚBLICO sempre se distinguiu, ao longo dos anos, pela denúncia rigorosa dos mais diversos tipos de discriminação, e dei por mim a pensar em criar um espectáculo onde essa dimensão fosse a preponderante.”
Para tal, está a ser preparado um palco-cenário especial, forrado com notícias da história deste jornal que apontam para situações de injustiça racial, socioeconómicas, de género, entre outras. O palco terá uma instalação
onde são representadas todas as vítimas de discriminação, elaborada pelo projecto MAKA Lisboa, da autoria de Francisco Vidal e Namalimba Coelho, cuja performance realizada no âmbito do Festival Iminente e Underdogs Gallery é agora replicada no MAAT, numa versão adaptada.
“Será um concerto de cerca de uma hora onde abordarei algumas das canções de intervenção que fazem parte do meu reportório e para o qual convidei uma série de cúmplices, pessoas que me têm acompanhado e que são importantes para mim, que irão entrando em cena ao longo da noite”, conta ainda o cantor.
O rapper e produtor Sam The Kid, por exemplo, entrará em palco para a interpretação do tema O nomeado, enquanto Virgul, com vasta carreira a solo mas sempre lembrado como uma das vozes dos Da Weasel, e companheiro de longa data de Dino, será outros dos convocados. A cantora e compositora Kady cantará com ele “um tema dedicado à emancipação feminina”. Tanto Kady como Nayela, que acompanharam o músico de origem cabo-verdiana nos últimos anos em palco, lançarão este ano álbuns de estreia, algo que Dino enaltece: “Desde o primeiro momento que se me afigurou importante haver cada vez mais vozes e presenças femininas, e sinto que estas duas vão dar mesmo que falar.”
Também a actriz portuguesa Isabél Zuaa, que tem feito parte da sua carreira no Brasil, intervirá no concerto de sábado lendo um manifesto. O rapper Chullage (hoje em dia também conhecido por Prétu) cantará ao lado de Dino “uma canção dedicada às mães cabo-verdianas, mas de apelo universal”.
Outro rapper, NGA, juntar-se-á a Dino no tema Por nós, e as “novas gerações” far-se-ão representar por Julinho KSD ou Vado MKA. No centro de tudo estará Dino, com temas dos álbuns Mundu Nôbu (2018) e Kriola (2020), registos com que se tornou uma das presenças mais fulgurantes da música portuguesa.
Uma música modernista, mas consciente das raízes, sejam as cabo-verdianas, pelo lado da família, ou as ancoradas nas vivências em Quarteira, no Porto ou em Lisboa, cidades que fazem parte do seu itinerário biográfico, ou ainda nas movimentações electrónicas globais, de Londres a Berlim.
Tudo isto se fará “em nome de Mamadou Ba”, revela. “Aquando do recente episódio do abaixo-assinado pedindo a sua deportação, coloquei-me na pele dele e dos filhos e, sinceramente, o que aconteceu é intolerável. Falei com ele e avançámos com esta ideia em nome de uma sociedade mais justa e igualitária.” Os eventuais donativos e o cachet do artista reverterão na totalidade para a organização SOS Racismo. O concerto será gratuito para os assinantes do PÚBLICO e custará cinco euros para não-assinantes.