Pessoas com trissomia 21 entram nos grupos prioritários da vacinação contra a covid-19
Serão abrangidas as pessoas com mais de 16 anos. Segundo a directora-geral da Saúde são cerca de 3500.
As pessoas que sofrem de trissomia 21 com mais de 16 anos vão ser incluídas nos grupos prioritários da vacinação contra a covid-19, anunciou esta segunda-feira a directora-geral da Saúde. Segundo Graça Freitas, serão cerca de 3500 pessoas.
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As pessoas que sofrem de trissomia 21 com mais de 16 anos vão ser incluídas nos grupos prioritários da vacinação contra a covid-19, anunciou esta segunda-feira a directora-geral da Saúde. Segundo Graça Freitas, serão cerca de 3500 pessoas.
A revelação da alteração aconteceu na conferência de imprensa em que o secretário de Estado e Adjunto da Saúde anunciou que o intervalo entre doses da vacina da Pfizer passou de 21 para 28 dias. Graça Freitas foi questionada sobre a revisão do plano nacional de vacinação e a possível inclusão de novos grupos dentro dos prioritários.
“O plano é um plano que tem uma espinha dorsal que é respeitada, mas que depois vai sofrendo pequenos ajustamentos em função de grupos que precisem de ser vacinados numa determinada fase. É o caso da trissomia 21”, explicou a directora-geral da Saúde. “Questionados sobre se deviam ser incluídas [as pessoas com trissomia 21], fomos fazer uma análise do impacto desta doença no internamento e na mortalidade e concluiu-se que sim. Fizemos a proposta à task force e ao gabinete do senhor secretário de Estado e foi bem acolhida”, disse.
“Acima dos 16 ou dos 18 anos a população a vacinar será de cerca de 3500 pessoas. Há mais, há cerca de 6000, mas ainda não têm indicação para serem vacinadas. Como sabem, as vacinas estão licenciadas a partir de determinada idade”, referiu Graça Freitas. A referência aos 16 e 18 anos prende-se com o facto de as três vacinas para já aprovadas na Europa serem licenciadas para pessoas a partir de determinada idade em função dos ensaios clínicos. No caso da Pfizer, a vacina foi aprovada para pessoas com 16 ou mais anos, enquanto a da Moderna e a da Astrazeneca para pessoas com 18 anos ou mais anos.
Para já esta é a única alteração prevista aos grupos prioritários, mas Graça Freitas lembrou que outras doenças já tinham sido incluídas. É o caso “das doenças cardíacas”, cuja “lista é maior que a inicial e que são vacinadas nesta primeira fase”. De acordo com a norma da Direcção-Geral da Saúde relativa à vacinação, fazem parte da lista de insuficiência cardíaca e doenças coronárias a insuficiência cardíaca, as miocardiopatias, a hipertensão pulmonar, a doença coronária sintomática e o enfarte agudo do miocárdio.
Graça Freitas salientou que a Direcção-Geral da Saúde está disponível para “analisar outros grupos que vão sendo propostos”, para integrar os grupos prioritários, “quer seja no âmbito da mortalidade como da morbilidade, quer seja noutros âmbitos como o de acrescentar resiliência à sociedade”.