Covid-19: OMS quer ter vacinas em 142 países até fim de Maio

O Gana e a Costa do Marfim foram os primeiros países a começar a vacinar os profissionais de saúde com doses fornecidas através do COVAX, a iniciativa da OMS para garantir uma vacinação contra o novo coronavírus que seja equitativa.

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Trata-se de uma “corrida comum”, diz director-geral da OMS Rui Gaudencio

O director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse esta segunda-feira que até ao fim de Maio serão entregues 237 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 a 142 países. As vacinas serão entregues a países que fazem parte do mecanismo COVAX, uma iniciativa da OMS para garantir uma vacinação contra o novo coronavírus que seja equitativa.

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O director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse esta segunda-feira que até ao fim de Maio serão entregues 237 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 a 142 países. As vacinas serão entregues a países que fazem parte do mecanismo COVAX, uma iniciativa da OMS para garantir uma vacinação contra o novo coronavírus que seja equitativa.

Esta segunda-feira o Gana e a Costa do Marfim foram os primeiros países a começar a vacinar os profissionais de saúde com doses fornecidas através do COVAX. “Mais 11 milhões de doses serão entregues esta semana”, garantiu o responsável, que falava numa conferência de imprensa online a partir de Genebra. Na terça-feira, disse, a iniciativa COVAX publicará a primeira ronda de atribuições das vacinas.

“É encorajador ver trabalhadores da saúde nos países de menor rendimento a começarem a ser vacinados, mas é lamentável que isto aconteça quase três meses depois de alguns dos países mais ricos terem iniciado as suas campanhas de vacinação”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus. E é também lamentável, acrescentou, que alguns países continuem a dar prioridade à vacinação de adultos mais jovens, mais saudáveis e com menor risco de doença nas suas próprias populações, à frente dos profissionais de saúde e das pessoas mais idosas de outros países.

O director-geral avisou que os países não estão a competir na luta contra a covid-19, porque se trata de uma “corrida comum”, e acrescentou: “Não estamos a pedir aos países que ponham as suas próprias populações em risco. Estamos a pedir a todos os países que façam parte de um esforço global para reprimir o vírus em todo o mundo”.

Tedros Adhanom Ghebreyesus lembrou ainda o objectivo da OMS de começar a vacinação em todos os países do mundo nos primeiros 100 dias do ano e alertou que já só faltam 40 dias e que para concretizar o objectivo é precisa “a cooperação de todos os parceiros”. Salientou também que as vacinas não são suficientes para manterem os países seguros e alertou que na última semana o número de casos de covid-19 aumentou no mundo pela primeira vez em sete semanas, na Europa mas também do Sudeste Asiático, no Mediterrâneo Oriental e nas Américas.

O aumento de casos, afirmou, é decepcionante, mas não surpreendente, sendo que em alguns países se deveu ao relaxamento de medidas de saúde pública e mais circulação de pessoas, a par da circulação de variantes do vírus.

Questionado pelos jornalistas na mesma conferência, Michael Ryan, director executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, avisou que é prematuro e “não realista” pensar-se que a pandemia de covid-19 termine até ao fim de 2021, mas disse que pode ser possível reduzir as hospitalizações e as transmissões e impedir que surjam novas variantes do vírus. “Se controlarmos a transmissão controlamos a pandemia”, disse. Soumya Swaminathan, cientista chefe da OMS, acrescentou: “Não podemos erradicar o vírus até ao final do ano, mas podemos reduzir as hospitalizações e a severidade da doença”.