Cinco famílias com crianças foram despejadas em Loures
A decisão do tribunal, que decorre de uma providência cautelar, deixa as cinco famílias (num total de 11 pessoas) “na rua” e sem oportunidade de defesa imediata.
Cinco famílias, com crianças, residentes na localidade do Catujal, no concelho de Loures, foram esta segunda-feira “surpreendidos” com uma ordem de despejo imediata do tribunal e sem direito a defesa, denunciou a Associação Habita. “Ainda estamos a tentar perceber o que se passou. Os moradores foram surpreendidos com a visita de um agente de execução, de um advogado e da polícia e foram postos na rua. Estamos em estado de choque”, disse Maria João, da Habita.
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Cinco famílias, com crianças, residentes na localidade do Catujal, no concelho de Loures, foram esta segunda-feira “surpreendidos” com uma ordem de despejo imediata do tribunal e sem direito a defesa, denunciou a Associação Habita. “Ainda estamos a tentar perceber o que se passou. Os moradores foram surpreendidos com a visita de um agente de execução, de um advogado e da polícia e foram postos na rua. Estamos em estado de choque”, disse Maria João, da Habita.
A activista explicou que a decisão do tribunal, que decorre de uma providência cautelar, deixa as cinco famílias, num total de onze pessoas, entre as quais algumas crianças, “na rua” e sem oportunidade de defesa imediata. “Em plena pandemia, é incompreensível que os moradores sejam despejados, com os seus pertences, no mesmo dia e não tenha hipótese de deduzir uma defesa antes de a acção se efectivar”, frisou Maria João.
Segundo a providência cautelar, o Tribunal Judicial de Loures dá um prazo de dez dias para que as famílias possam recorrer da decisão, mas sem que tal facto suspenda a acção de despejo.
O advogado das famílias, Miguel Veloso, manifestou-se indignado com esta acção de despejo, apelidando-a de “vergonhosa e incompreensível”. “Isto é uma vergonha. Não existe qualquer justificação para que estas famílias não tenham sido ouvidas e para que se leve a cabo uma acção de despejo em período de pandemia. Nunca vi um caso semelhante”, apontou o defensor.
Miguel Veloso adiantou que, entretanto, a Segurança Social arranjou uma alternativa habitacional para esta noite no Estoril (concelho de Cascais), mas que não assegura transporte às famílias. “Enviam estas pessoas para o Estoril, numa morada indicada pela Segurança Social, mas nem sequer acautelam o transporte. Amanhã (terça-feira) apresentam-se na Segurança Social de Loures para discutir a situação. Estou envergonhado com isto”, atestou.