Vendas de carros sofreram em Fevereiro terceira maior quebra desde o início da pandemia

No segundo mês de 2021 foram matriculados 8311 ligeiros de passageiros. Uma quebra homóloga de 59%. Venda de carros 100% eléctricos caiu cerca de 50%.

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LUSA/FAZRY ISMAIL

As empresas e as famílias portuguesas continuam longe do mercado automóvel. O número de novas matrículas no mês de Fevereiro de 2021 regista um dos maiores recuos desde que começou a pandemia, com uma quebra homóloga de 59% no mercado dos ligeiros de passageiros. Em Janeiro, a quebra tinha sido de 30,5%. Em termos anuais, as vendas tinham caído 33,9% em 2020.

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As empresas e as famílias portuguesas continuam longe do mercado automóvel. O número de novas matrículas no mês de Fevereiro de 2021 regista um dos maiores recuos desde que começou a pandemia, com uma quebra homóloga de 59% no mercado dos ligeiros de passageiros. Em Janeiro, a quebra tinha sido de 30,5%. Em termos anuais, as vendas tinham caído 33,9% em 2020.

No segundo mês de 2021 foram matriculados 8311 ligeiros de passageiros. Só os meses do primeiro confinamento, de Março e Abril de 2020, registaram números piores.

“Estes valores vêm confirmar que o sector automóvel continua a ser um dos mais afectados pela situação que o país está a atravessar”, comenta a Associação Automóvel de Portugal, que divulgou hoje os dados mensais do comércio.

Por marcas, Peugeot, Mercedes e BMW foram as três marcas mais vendidas. Tesla, Lexus, Cupra e Aston Martin são, ao fim destes primeiros dois meses do ano, as únicas marcas que, em termos homólogos, têm mais carros vendidos do que em 2020.

No mercado de ligeiros de mercadorias, em Fevereiro de 2021, o comportamento da procura em termos homólogos foi menos desfavorável, tendo decrescido 17,8%. Foram matriculados 2041 automóveis, com Peugeot, Citroën e Renault a liderarem, por esta ordem, a tabela de vendas.

A Peugeot segura a liderança da tabela no conjunto do mercado de ligeiros (passageiros e comerciais) e a Mercedes continua em segundo, mas a Citroën passa para terceiro, a Renault sobe para quarto e a BMW desce para quinto, dado que não tem no portefólio qualquer ligeiro comercial.

Somando o mercado total de ligeiros com o dos pesados, que cresceu 19,2% em Fevereiro, para 347 viaturas novas, o mercado nacional total regista em Fevereiro uma quebra de 53,6%. Em Janeiro, tinha-se registado um recuo homólogo de 28,5%. No acumulado do ano, a quebra homóloga é agora de 42,7%, no final destes dois meses.

Electrificados acima do diesel pelo terceiro mês

No principal mercado, o dos ligeiros de passageiros, verifica-se que os carros electrificados (BEV, PHEV e HEV) voltaram a vender mais do que os carros como motor diesel. É o terceiro mês consecutivo em que tal acontece no mercado nacional, depois dos resultados de vendas de Dezembro de 2020 terem inaugurado essa inversão, posteriormente confirmada em Janeiro.

Na análise por tipo de combustível, a maioria prefere um ligeiro de passageiros com motor a gasolina, que nesta altura tem 39,3% de quota de mercado (era 50,8% no mesmo período de 2020).

Também o gasóleo foi cada vez menos opção: leva uma quota de mercado de 28,2%, contra 33,9% nos dois primeiros meses do ano passado.

Eléctricos recuam cerca de 50%

Os 100% eléctricos (BEV) estão a vender bastante menos do que no arranque de 2020 (recuam cerca de 50% em termos homólogos). Porém, dada a quebra total do mercado ser maior, mantêm para já a mesma quota de mercado, de 4,9%. A Tesla liderou as vendas de BEV em Fevereiro, seguindo-se a Peugeot e a Nissan.

Já os plug-in híbridos (PHEV), actualmente com 10,9%, melhoram significativamente a quota de mercado de há um ano (era 4,2%) e vêem as vendas aumentarem 35%, em termos homólogos, para 1990 unidades nestes dois meses.

A Mercedes lidera destacada a venda de PHEV, principalmente por causa das vendas destes híbridos com opção de motor diesel. Aliás, é a única marca com vendas desta opção. As restantes marcas apostam no PHEV com motor a gasolina, que continua a ser a opção maioritária (cerca de três em cada quatro vendidos são PHEV/gasolina). A BMW e a Volvo asseguram a segunda e a terceira posição na lista das maiores vendas destes carros.

As novas matrículas dos híbridos convencionais também estão significativamente acima do nível de vendas de há um ano. Isto deve-se à antecipação das matrículas que muitas marcas fizeram para evitar o agravamento fiscal que recaiu sobre este segmento, quando o Orçamento do Estado 2021 entrou em vigor com o fim do benefício fiscal em sede de Imposto Sobre Veículos.

Em 2021, foram matriculados 2850 híbridos eléctricos sem ficha, perfazendo uma quota de mercado de 15,5%. Há um ano, por esta altura, tinham sido vendidos 2089 unidades, para uma quota de mercado de 6%.

As marcas contactadas pelo PÚBLICO esperam que o fim do desconto no ISV sobre estes carros tenha um impacto negativo que se tornará visível nas estatísticas a partir de Abril ou Maio, quando se esgotar o efeito de antecipação ocorrido em Janeiro.