Plano para desconfinar apresentado a 11 de Março
António Costa confirma que as medidas de confinamento vão manter-se. O primeiro-ministro anunciou que vai apresentar um plano de desconfinamento no dia 11 de Março.
António Costa confirmou, esta sexta-feira, que não vai haver qualquer alteração nas medidas de confinamento e que “ainda não é tempo de desconfinar”. Ainda assim, o primeiro-ministro confirmou que no dia 11 de Março será apresentado um plano para voltar a abrir o país.
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António Costa confirmou, esta sexta-feira, que não vai haver qualquer alteração nas medidas de confinamento e que “ainda não é tempo de desconfinar”. Ainda assim, o primeiro-ministro confirmou que no dia 11 de Março será apresentado um plano para voltar a abrir o país.
Costa referiu que este ainda não é tempo de o país desconfinar porque todas as melhorias registadas nas últimas semanas são “relativas”. “Estamos melhor relativamente à pior situação que alguma vez vivemos nesta pandemia, mas, se compararmos, por exemplo, o número de novos casos que hoje temos com o número de novos casos que tínhamos em 15 de Setembro, quando declarámos o estado de contingência, ou com os casos de 4 de Maio, quando iniciámos o desconfinamento da primeiro vaga, verificamos que ainda temos um número de casos que é quatro vezes superior” a esses momentos, explicou ainda António Costa. “Ainda estamos longe de obter os resultados desejados”, referiu o governante.
Desta forma, António Costa falou da necessidade de diminuir o número de novos casos e de internados. “Temos baixado o número de internados tanto em enfermaria como nos cuidados intensivos, mas ainda temos um número de internados elevado. Temos quatro vezes mais doentes nos cuidados intensivos do que em Maio”, disse. “Ainda estamos longe do que estávamos em Maio ou em Setembro”, sublinhou. A incidência da variante britânica do SARS-CoV-2 (vírus que provoca a doença covid-19) também é motivo de preocupação para o Governo, já que tem uma elevada presença entre os novos casos de infecção. “Tem uma maior transmissibilidade e um maior risco de contágio. Neste momento, a percentagem ascende ainda aos 40%”, revelou.
Tal como na anterior reunião do Conselho de Ministros, António Costa voltou a falar da importância da vacinação antes de desconfinar. “Temos como objectivo vacinar até final de Março mais de 80% das pessoas com 80 anos”, disse. O primeiro-ministro garantiu ainda, para o final do próximo mês, a vacinação integral de todos os maiores de 50 anos e menores de 65 anos com doenças associadas.
Plano para desconfinar apresentado a 11 de Março - e começará pelas escolas
Mesmo sem se comprometer com uma data para aligeirar as medidas de confinamento, António Costa avançou que apresentará o plano de desconfinamento a 11 de Março. Questionado sobre se a abertura do país acontecerá só depois da Páscoa, o primeiro-ministro disse que queria “assumir o compromisso de apresentar o plano de desconfinamento dentro de 15 dias. “Tal como fizemos há um ano, será um plano de desconfinamento gradual que, progressivamente, irá abrangendo sucessivas áreas de actividades e será guiado por um conjunto de critérios objectivos que nos permitam ir medindo a evolução da pandemia”, avançou o primeiro-ministro. “Não gostaria de avançar mais nenhum pormenor sobre o trabalho que temos vindo a desenvolver com especialistas para já.”
O primeiro-ministro avançou que a abertura das escolas será a primeira medida a tomar quando o país começar a desconfinar. “É natural que essa seja a primeira medida que venhamos a tomar, iniciando o desconfinamento pelas escolas”, disse. Costa afirmou, no entanto, que é precoce estar a discutir datas e medidas do plano de desconfinamento, já que há uma mensagem que os portugueses devem fixar para os próximos 15 dias. “Devemos evitar confundir os cidadãos com mensagens que acabam por induzir comportamento errados. Temos de nos manter confinados nos próximos 15 dias. Esta é a mensagem, nada deve sofrer alteração.”
António Costa avançou que apesar das melhorias de vários indicadores da pandemia, o Rt (índice de transmissibilidade) teve uma ligeira subida e o mesmo acontece com a mobilidade dos portugueses. “O grau de confinamento voluntário tem vindo a diminuir. Há dados que mostram que há maior mobilidade. Vivemos numa fase perigosa que é haver a ilusão de que o pior está ultrapassado e que não corremos o risco de regredir. Se há algo que todos temos que nos empenhar é não regredirmos naquilo que tão duramente tem sido conquistado”, disse.
Média de novos casos é a mais baixa desde Outubro
Portugal registou, esta quinta-feira, 1027 novos casos de covid-19 e 58 mortes associadas à doença. No total, desde Março, há 802.773 casos confirmados e 16.243 vítimas mortais contabilizadas. De acordo com o boletim referente a quinta-feira (mas divulgado esta sexta-feira), há mais 2780 pessoas recuperadas, num total de 714.493 doentes recuperados desde o início da pandemia. Existem agora menos 209 doentes internados, num total de 2404. Destes, 522 estão internados nos cuidados intensivos (menos 14 do que no último balanço).
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, desde Outubro que a média diária de novos casos não era tão baixa. Na quarta-feira foram detectados 1160 casos positivos de infecção por SARS-CoV-2, registando-se 49 mortes provocadas pelo vírus.