Figo revolta-se com manifestações em Barcelona: “A liberdade de expressão é mais bonita com umas Nike calçadas”

O ex-internacional português, que em Espanha vestiu as camisolas do FC Barcelona e do Real Madrid, manifestou-se contra o caminho que as manifestações no país acabaram por tomar.

Foto
Figo considerou o comportamento dos manifestantes “vergonhoso” Reuters/Alex Morton

“A liberdade de expressão é mais bonita com umas [sapatilhas] Nike calçadas”, escreveu o português Luís Figo na sua conta oficial no Twitter como legenda de um vídeo que mostra um conjunto de manifestantes a retirar produtos de uma loja daquela marca de equipamento desportivo no afamado Passeig de Gràcia, uma das principais avenidas de Barcelona e uma das mais importantes áreas comerciais.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“A liberdade de expressão é mais bonita com umas [sapatilhas] Nike calçadas”, escreveu o português Luís Figo na sua conta oficial no Twitter como legenda de um vídeo que mostra um conjunto de manifestantes a retirar produtos de uma loja daquela marca de equipamento desportivo no afamado Passeig de Gràcia, uma das principais avenidas de Barcelona e uma das mais importantes áreas comerciais.

Na mesma publicação, Figo continua a recorrer à ironia quando escreve “e depois a culpa é da polícia”, considerando o comportamento dos manifestantes “vergonhoso”.

Pablo Hasél, nome artístico de Pablo Rivadulla Duró, de 32 anos, foi detido na Universidade de Lérida, onde o próprio se tinha barricado, num acto que descreveu à imprensa espanhola como uma chamada de atenção para um “enorme ataque à liberdade de expressão”.

Na sequência da sua detenção, multiplicaram-se os protestos em Espanha. Em Barcelona, onde milhares saíram às ruas, as manifestações, que se iniciaram na última quarta-feira, foram no princípio pacíficas, mas quando os manifestantes catalães começaram a atirar projécteis às carrinhas blindadas, a polícia local retaliou com gás lacrimogéneo e balas de borracha, e várias pessoas foram detidas.

Entretanto, o cantor foi apoiado por um manifesto assinado por mais de 200 artistas espanhóis, onde se incluem o cineasta Pedro Almodóvar, o actor Javier Bardem ou o cantor Joan Manuel Serrat: “A perseguição a rappers, tweeteiros, jornalistas, assim como a outros representantes da cultura e da arte, por procurarem exercer o seu direito à liberdade de expressão, tornou-se uma constante.”

Os signatários consideram ainda que “o Estado espanhol passou a encabeçar a lista dos países onde mais artistas foram alvo de represálias pelo conteúdo das suas canções”. E acusam: “Com o encarceramento de Pablo Hasél, o Estado espanhol está a equiparar-se a países como a Turquia ou Marrocos.”