Líder do CDS pede a Costa que ponha “deputados na ordem”
Francisco Rodrigues dos Santos (CDS) e Paulo Bento (Aliança) reagiram a um artigo de opinião que Ascenso Simões escreveu no PÚBLICO.
O líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, reagiu neste sábado a um artigo escrito no dia anterior pelo deputado socialista Ascenso Simões, no PÚBLICO, pedindo a António Costa que “coloque os seus deputados na ordem” e que “abra a porta de saída aos que não sabem dignificar o lugar que ocupam”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, reagiu neste sábado a um artigo escrito no dia anterior pelo deputado socialista Ascenso Simões, no PÚBLICO, pedindo a António Costa que “coloque os seus deputados na ordem” e que “abra a porta de saída aos que não sabem dignificar o lugar que ocupam”.
“Exige-se de António Costa que coloque os seus deputados na ordem e trave a ‘Bloco de Esquerdização’ do PS, ou então que abra a porta de saída aos que não sabem dignificar o lugar que ocupam”, comentou Francisco Rodrigues dos Santos numa mensagem enviada aos jornalistas.
Em causa está um artigo de opinião de Ascenso Simões intitulado “O Salazarismo não morreu", no qual, depois de se referir aos florões da Praça do Império, o deputado do PS apelida o Padrão dos Descobrimentos de “mamarracho” e assume que “devia ter sido destruído”.
“Os florões são, como bem demonstra Francisco Bethencourt em História da Expansão Portuguesa, uma invenção tardia semelhante ao mamarracho do Padrão dos Descobrimentos, são a eleição da história privativa que o Estado Novo fabricou, não têm qualquer sentido no tempo de hoje por não serem elemento arquitectónico relevante, por não caberem na construção de uma cidade que se quer inovadora e aberta a todas as sociedades e origens. Mesmo o Padrão, num país respeitável, devia ter sido destruído.”
Esta breve passagem levou Francisco Rodrigues dos Santos a defender que “há insultos que, além de disparatados, são graves”. “Ver um deputado do PS, partido que suporta o Governo, a defender a demolição do Padrão dos Descobrimentos é o cúmulo da falta de noção. Isto só daria para ‘Os Apanhados'”, referiu o centrista.
Francisco Rodrigues dos Santos lamenta que últimos dias tenham sido “pródigos em insultos da esquerda e da extrema-esquerda" à História de Portugal e conclui: “Ficámos a saber que temos deputados que em vez de enaltecerem a nossa História ou, pelo menos, de a respeitarem, têm vergonha dela. Era caso para Portugal se envergonhar de ter deputados assim.”
Ascenso Simões já esclareceu que não foi literal no artigo que escreveu e o que queria dizer é que, assim como houve a ponte Salazar mudou de nome para ponte 25 de Abril, também o Padrão dos Descobrimentos devia der destruído enquanto “monumento do regime ditatorial” que é.
“Quando não temos leitura da história, achamos que a normalidade é passar por um qualquer momento sem nos questionarmos. Mas se nos questionássemos, enquanto sociedade, perguntaríamos porque é que não derrubamos aquele que é um dos grandes monumentos do regime ditatorial”, disse ao Observador, que o questionou sobre o artigo. Ascenso Simões acrescentou ainda que o 25 de Abril não “fez os cortes suficientes para limpar da memória elementos que são danosos da construção de uma democracia plena”.
Aliança quer remoção de deputado
Paulo Bento, líder da Aliança, também quis mostrar a sua indignação e escreveu uma carta aberta, no Facebook, dirigida a Ascenso Simões. “Saiba, caro senhor, que os portugueses homenageados naquele monumento são aqueles que partiram mundo fora, em embarcações próprias da época, sem GPS, não sabendo onde iriam dar. Não sabendo se voltariam a ver as suas famílias. Que descobriram grande parte do mundo que hoje conhecemos. Era gente de outra fibra”, começa por escrever, num tom quase pedagógico.
Contudo, Paulo Bento passa depressa ao ataque e acaba a chamar “furúnculo” da vida actual ao deputado do PS. “Que espero seja rapidamente removido, já nas próximas eleições”, acrescenta.