Em prova: Salta a rolha nos espumantes
É uma categoria em rápida ascensão nos Vinhos Verdes. Cada vez mais afinados e sedutores, os espumosos da região conquistam os consumidores de todo o país. Sobretudo os brancos, que claramente se destacaram numa prova alargada. Assinalamos os mais bem pontuados.
Categoria quase desconhecida ainda há pouco tempo, os espumantes de Vinho Verde têm tido um crescimento explosivo nos últimos anos. Principalmente os brancos, sobretudo de alvarinho, e cada vez com maior qualidade e consistência. E nem é de admirar, já que pelas suas características naturais, que combinam frescura, boa acidez e grau moderado, os Vinhos Verdes preenchem desde sempre os parâmetros ideais para a criação dos grandes espumantes.
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Categoria quase desconhecida ainda há pouco tempo, os espumantes de Vinho Verde têm tido um crescimento explosivo nos últimos anos. Principalmente os brancos, sobretudo de alvarinho, e cada vez com maior qualidade e consistência. E nem é de admirar, já que pelas suas características naturais, que combinam frescura, boa acidez e grau moderado, os Vinhos Verdes preenchem desde sempre os parâmetros ideais para a criação dos grandes espumantes.
A verdade, no entanto, é que nem sempre foi assim e esta é uma realidade bem recente, com a categoria a ser regulamentada apenas já na viragem do século, com a alteração dos estatutos da região, em 1999. No reinado do minifúndio, onde todos tinham sempre um palmo de vinha, era quase uma desonra não ter um vinho próprio. Pelo menos umas dezenas de litros de branco, precocemente engarrafados à espera da segunda fermentação com os primeiros calores de Primavera.
As rolhas convenientemente amarradas com fio norte, para conter os ímpetos do gás, em regra até espicaçado com a adição de um grão de cereal ou uns pozinhos de açúcar no engarrafamento. Nunca foi um espumante – talvez os pét-nat que hoje estão na moda – mas as rolhas lá estouravam com as festas de Verão, soltando bolhas e espuma para prazer e orgulho de cada família.
A profissionalização do sector, novas adegas, modernas e apetrechadas, e conhecimento técnico, acabaram com o estilo caseiro e os Vinhos Verdes são hoje uma vigorosa montra de qualidade, consistência e diversidade, potenciadas pelas castas e características sempre diferenciadoras da região.
Uma regra a que não fogem os espumantes, com uma produção que nos últimos anos chegou já a ultrapassar as 350 mil garrafas. Um negócio que cresce por toda a região, de Baião a Monção e Melgaço, do Tâmega ao Ave, Cávado e Lima.
Com grande diversidade, mas sobretudo com um a expressão de qualidade e consistência que é generalizada, tal como ficou clara e inequivocamente comprovado na prova que fizemos na Comissão dos Vinhos Verdes. No total de 53 espumantes, provados às cegas, de que destacamos aqui os mais bem pontuados. Entre brancos e rosados e ainda o único tinto submetido a apreciação.
Este artigo foi publicado no n.º 1 da revista Singular. Download disponível aqui.