Slowthai: se o inferno é para os pecadores, o paraíso não é o lugar dele
O homem que pôs o dedo na ferida inglesa virou agora o foco sobre si mesmo. Se o mais provável era que o que quer que chegasse depois Nothing Great About Britain soasse a desilusão, então Tyron é Slowthai a contornar habilmente o problema.
É em PLAY WITH FIRE, ponte entre os dois momentos em que o álbum está dividido, que Slowthai resume aquilo que está no centro do seu segundo álbum. Diz o homem nascido há 26 anos em Northampton, filho dos bairros sociais da pequena cidade no centro de Inglaterra: “Sometimes I feel like I’ve got my head in a blender/ Compromised for too many empty promises/ If you love the world for its flaws, you will never be disappointed”. Tyron é o sucessor de Nothing Great About Britain, álbum com que o rapper que se estreou há dois anos e que o apresentou como improvável encontro, escreveu-se então, entre Streets e Sex Pistols, entre provocação punk e negrume grime (com uma gargalhada sardónica, toda dele, a compor o cenário). Nothing Great About Britain era um poderoso retrato geracional, social, cultural de uma Inglaterra dividida e em convulsão, atormentada pela crescente desigualdade entre os seus cidadãos e às voltas com seu passado (ah, o império) e o seu presente (olha, Brexit).
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É em PLAY WITH FIRE, ponte entre os dois momentos em que o álbum está dividido, que Slowthai resume aquilo que está no centro do seu segundo álbum. Diz o homem nascido há 26 anos em Northampton, filho dos bairros sociais da pequena cidade no centro de Inglaterra: “Sometimes I feel like I’ve got my head in a blender/ Compromised for too many empty promises/ If you love the world for its flaws, you will never be disappointed”. Tyron é o sucessor de Nothing Great About Britain, álbum com que o rapper que se estreou há dois anos e que o apresentou como improvável encontro, escreveu-se então, entre Streets e Sex Pistols, entre provocação punk e negrume grime (com uma gargalhada sardónica, toda dele, a compor o cenário). Nothing Great About Britain era um poderoso retrato geracional, social, cultural de uma Inglaterra dividida e em convulsão, atormentada pela crescente desigualdade entre os seus cidadãos e às voltas com seu passado (ah, o império) e o seu presente (olha, Brexit).