Marcelo ouve patrões dizerem que “as empresas estão exaustas” e pedirem “desconfinamento inteligente”
João Vieira Lopes foi a Belém dizer ao Presidente da República que os apoios são insuficientes e as empresas estão em situação pior do que em 2020. Confederação Empresarial de Portugal pediu o alívio das medidas para a restauração.
A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) defendeu esta quinta-feira que os apoios disponibilizados pelo Governo para fazer face à pandemia são insuficientes, sublinhando que, neste momento, as empresas estão numa situação pior do que no primeiro confinamento.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) defendeu esta quinta-feira que os apoios disponibilizados pelo Governo para fazer face à pandemia são insuficientes, sublinhando que, neste momento, as empresas estão numa situação pior do que no primeiro confinamento.
“Neste momento, as empresas estão exaustas e exauridas de meios”, afirmou o presidente da CCP, João Vieira Lopes, após uma audiência com o Presidente da República, em Belém, Lisboa. “O conjunto de apoios que têm sido promovidos pelo Governo são insuficientes para o nível de profundidade das necessidades e muitos deles vêm atrasados”, vincou.
O líder da CCP manifestou ao Marcelo Rebelo de Sousa a certeza de que este novo confinamento está a causar um “conjunto de problemas graves” às empresas, que se encontram agora “numa situação muito pior do que há um ano”, quando ainda tinham algumas reservas.
Para a confederação do comércio, é importante que o executivo estabeleça “objectivos claros” em relação ao confinamento e, a partir daí, programe um desconfinamento “sólido”, evitando entradas e saídas que são um problema para as empresas.
Apesar de ressalvar ser muito cedo para definir uma metodologia para o desconfinamento, João Vieira Lopes notou que o ideal seria que, em função dos objectivos de saúde pública, ocorresse “o mais cedo possível”.
Marcelo Rebelo de Sousa está a fazer uma ronda de audiências com os parceiros sociais, a primeira do ano de 2021, que começou logo a seguir à reunião da Concertação Social de quarta-feira, na qual o Governo anunciou o alargamento do apoio excepcional à família aos pais em teletrabalho com crianças até ao 4.º ano.
Desconfinamento inteligente
Após a sua audiência com o Presidente, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defendeu ser necessário encontrar formas para um “desconfinamento inteligente”, nomeadamente com o regresso à escola de alguns níveis e alívio das medidas para a restauração.
“Neste momento, o que deveríamos fazer era encontrar formas de um desconfinamento inteligente, como está a ser falado, até um determinado nível de escolaridade, os alunos possam voltar à escola, [...] da mesma maneira como se deveria desconfinar determinas tipologias da restauração com uma massificação de testes”, considerou o presidente da CIP, António Saraiva, após uma audiência com o Presidente da República, em Belém.
Para este responsável, a par do combate pela saúde pública, tem que se assegurar a economia, uma vez que, “além de salvar vidas, vamos ter que continuara a alimentar essas vidas”.
Adicionalmente, os patrões pedem o correcto aproveitamento dos fundos comunitários, como a “bazuca”, o quadro financeiro plurianual” e o que falta utilizar do programa Portugal 2020, em instrumentos produtivos, capitalização e recapitalização das empresas.