Museu de arte e educação de Siza e Castanheira é um dos Edifícios do Ano do ArchDaily
O edifício totalmente revestido a chapa negra, localizado na China, foi o vencedor da categoria Arquitectura Cultural no prémio Edifícios do Ano 2021 do ArchDaily. Na categoria Pequena Escala e Instalações, o vencedor foi o IILab., escritório na China co-fundado pelo português Luís Ricardo. Há 15 vencedores para 15 categorias — e são escolhidos pelos leitores inscritos na plataforma.
“Ganhámos?”, perguntou Carlos Castanheira ao P3. Os vencedores do Edifício do Ano 2021 do ArchDaily tinham sido conhecidos há poucos minutos e o arquitecto que, em conjunto com Álvaro Siza, desenhou um dos projectos vencedores, ainda não sabia que fazia parte da lista. “Pessoal, ganhámos!”, disse aos colegas, quando confirmámos que o Museu da Arte e da Educação (MoAE), em Ningbo, na China, era, de facto, o mais votado na categoria Arquitectura Cultural.
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“Ganhámos?”, perguntou Carlos Castanheira ao P3. Os vencedores do Edifício do Ano 2021 do ArchDaily tinham sido conhecidos há poucos minutos e o arquitecto que, em conjunto com Álvaro Siza, desenhou um dos projectos vencedores, ainda não sabia que fazia parte da lista. “Pessoal, ganhámos!”, disse aos colegas, quando confirmámos que o Museu da Arte e da Educação (MoAE), em Ningbo, na China, era, de facto, o mais votado na categoria Arquitectura Cultural.
Depois da notícia, confessou a surpresa e o agrado: “Fico contente. Este foi um projecto que deu muito trabalho, mas também muito entusiasmo.” E, obviamente, “é sempre bom ganhar e ser premiado”.
O edifício de 5300 metros quadrados, totalmente revestido a chapa metálica negra, foi concebido para albergar a colecção de pintura e escultura de um empresário chinês que detém várias escolas na cidade. Ao PÚBLICO, Carlos Castanheira já tinha explicado que “uma colecção belíssima, e valiosíssima, de pinturas chinesas antigas, seculares” eram parte do seu acervo. O edifício, “surpreendente e muito bem acabado”, nas suas palavras, obriga-nos a “sentir uma compreensão”. “Absorve-nos para depois nos libertar no imenso vazio a toda a altura, onde serpenteia a rampa que permite o acesso a todos os pisos.”
“Um museu tem que ter uma alma grande; não importa o tamanho”, disse o arquitecto, no mesmo artigo. E os leitores do ArchDaily ficaram convencidos com este projecto com assinatura portuguesa.
A eleição online que decorreu durante os últimos 21 dias e que, segundo o site, contou com mais de 200 mil votos de leitores inscritos no site, terminou esta quinta-feira, 18 de Fevereiro, à meia-noite. A contabilidade já foi feita e, dos 75 finalistas, foram agora anunciados os 15 vencedores para as 15 categorias da 12.ª edição do concurso.
Na categoria Habitação, o projecto escolhido foi Presence in Hormuz, do escritório Zav Architects: uma “ilha arco-íris”, no Sul do Irão. Os arquitectos desenharam uma série de pequenas casas coloridas, no âmbito de um projecto de desenvolvimento urbano, que pretende revigorar a economia local através dos membros da comunidade. Para reabilitar a ilha, usaram uma técnica chamada SuperAdobe, uma variação da taipa: desta forma, os locais são capazes de construir as suas próprias habitações.
Bamboo Bamboo, Canopy and Pavilions, também na China, foi o vencedor da categoria Pequena Escala e Instalações. Em Guilin, num cenário coberto de verde, o IILab. — co-fundado pelo arquitecto português Luís Ricardo — entenderam que “os elementos naturais deveriam formar a premissa do que seria a arquitectura no local”, lê-se na memória descritiva do projecto, disponível no ArchDaily. Escolheram, para isso, o bambu: “O projecto apresenta uma situação onde as estruturas existentes deveriam permanecer intactas. Ao invés, o foco passou a ser como novas intervenções podem suportar uma condição já existente.”
Na categoria Arquitectura Pública, o mais votado foi o projecto da Microbiblioteca de Warak Kayu, na Indonésia, do atelier Shau Indonesia. Com uma área de 182 metros quadrados, a micro-biblioteca distinguida faz parte de uma iniciativa para aumentar o interesse dos habitantes de Semarang pela leitura. Construída em palafita, faz lembrar uma casa na árvore. A obra transformou-se “num centro comunitário e de vizinhança, ao mesmo tempo que é utilizada para promover os produtos de madeira da Indonésia e as suas capacidades de manufactura”, escrevem os arquitectos.
Já na categoria Melhor Aplicação de Produto, o vencedor foi o projecto Apple Central World Bangkok dos arquitectos Foster + Partners; na Arquitectura Comercial, foi distinguido Gramalote Market Square, na Colômbia, dos escritórios Niro Arquitectura + OAU; na Arquitectura Religiosa, os leitores escolheram a Islamic Religious and Cultural Center, em Liubliana, do atelier Bevk Perović arhitekti; na categoria Arquitectura Educacional, foi escolhido o projecto Club de Niños e Niñas, no México, dos arquitectos CA Centro de Colaboración Arquitectónica.
Para os (e)leitores do ArchDaily, o melhor projecto de Arquitectura de Interiores foi o Off-White Flagship Store Miami, nos Estados Unidos, desenhado pelos escritórios Virgil Abloh + AMO. Na categoria Casas, o público escolheu o projecto Qishe Courtyard, na China, do Archstudio, e na Arquitectura Hospitalar e de Bem-Estar foi distinguido o Maggie’s Leeds Centre, no Reino Unido, desenhado pelo Heatherwick Studio. Na categoria Arquitectura Hoteleira, o vencedor foi o projecto Bamboo Hostels China, do Studio Anna Heringer.
A lista termina com os vencedores da categoria Arquitectura Industrial, o Erlang Liquor Storehouse of Langjiu Estate, também na China, concebido pelos escritórios Langjiu Group + DCA; da Arquitectura Corporativa, o Concordia Design Wrocław, na Polónia, desenhado por MVRDV e da Arquitectura Desportiva, com o projecto Costa Rica Athletic Center, pelos arquitectos do Studio Saxe.
Percorre a galeria para veres as imagens de todos os projectos vencedores.
Notícia actualizada às 11h02 de 19 de Fevereiro de 2021: foi acrescentada referência ao arquitecto português Luís Ricardo, co-fundador do escritório IILab., na China.