“Idiotas anti-sociais” é como Christoph Waltz descreve os negacionistas da covid-19
O actor austríaco lamenta, numa entrevista publicada este mês de Fevereiro, que o funcionamento das instituições esteja a ser ameaçado por “um grupo de idiotas anti-sociais”.
Com a chegada de 007: Sem Tempo Para Morrer, o último episódio da saga James Bond que deveria ter estreado em Abril do ano passado, adiada pela terceira vez, Christoph Waltz faz capa na versão alemã da revista G.Q., à qual fala sobre o filme (o realizador Cary Fukunaga “é um tipo inteligente com um grande sentido de drama”), recusando a ideia de que a estreia se dê no pequeno ecrã (“quase tão estúpido como ver James Bond num ecrã de televisão é ver uma série no cinema”).
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Com a chegada de 007: Sem Tempo Para Morrer, o último episódio da saga James Bond que deveria ter estreado em Abril do ano passado, adiada pela terceira vez, Christoph Waltz faz capa na versão alemã da revista G.Q., à qual fala sobre o filme (o realizador Cary Fukunaga “é um tipo inteligente com um grande sentido de drama”), recusando a ideia de que a estreia se dê no pequeno ecrã (“quase tão estúpido como ver James Bond num ecrã de televisão é ver uma série no cinema”).
Mas, numa extensa entrevista, também discorre sobre a vida – particularmente sobre a pandemia que se abateu sobre o mundo, dedicando palavras pouco simpáticas aos que insistem em que uma máscara restringe direitos fundamentais: “Se acham que usar uma máscara restringe os vossos direitos fundamentais, então têm é um problema no processo de pensamento (…) [porque] é apenas estúpido.”
Christoph Waltz, galardoado com dois Óscares (melhor actor secundário, por Sacanas Sem Lei, de 2009, e Django Libertado, de 2012), vive actualmente entre a austríaca Viena, a cidade onde nasceu, e Berlim, no Nordeste da Alemanha, enquanto espera pela oportunidade para regressar à soalheira Califórnia em segurança. No entanto, recusa o queixume. “Tenho um grande apartamento, posso estar na Áustria, posso estar na Alemanha, ou posso estar em casa, em Los Angeles. Posso escolher. Posso sobreviver. Não tenho dificuldades. Na verdade, só tenho inconvenientes.”
No entanto, falar da facilidade com que vive este momento também não o deixa à vontade: “Penso nas pessoas que vivem em família em apartamentos de 50 metros quadrados e que perderam o seu emprego. Isso é outra coisa”, elabora, acrescentando que “não é preciso ser marxista para perceber o quanto as circunstâncias económicas interferem com as áreas mais privadas, mesmo as mais íntimas”.
Para Waltz, o cenário actual não pode ser comparado ao vivido no pós-guerra, nas décadas de 40 e 50 do século passado, no entanto julga ser necessário o mesmo espírito de união para reconstruir a sociedade – algo que considera ameaçado pelos negacionistas.
“Neste momento temos tudo o que precisamos à nossa disposição, e por causa de uma minoria destrutiva, de repente o que mantém a coisa a funcionar é questionado. Porque não põem essa estúpida máscara e ficam a dois metros de distância de mim? (…) As instituições estão todas lá e em princípio funcionam, mas estão a ser encurraladas por um grupo de idiotas anti-sociais”, acusa.