O CV Europass já passou à história?
Maçador, restritivo, aborrecido? Talvez. Mas o Europass poderá ser o modelo adequado em algumas situações — nomeadamente quando os objectivos profissionais e académicos passam por outros países do território europeu.
Faça-se justiça ao Curriculum Vitae (CV) em formato Europass: para muitos, terá sido o primeiro portador de todas as experiências académicas e profissionais (poucas ou muitas) anexado aos primeiros e-mails enviados para algumas vagas. Mas, depois, ter-se-á lido ou ouvido que o modelo ideal teria uma página — também já vimos que não é bem assim. De igual forma, não é inteiramente verdade que o modelo Europass deva ser evitado. “Não há um tipo certo de CV. Depende da vaga, do tipo de empresa”, explica a recrutadora Ana Lopes, da Cognizant.
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Faça-se justiça ao Curriculum Vitae (CV) em formato Europass: para muitos, terá sido o primeiro portador de todas as experiências académicas e profissionais (poucas ou muitas) anexado aos primeiros e-mails enviados para algumas vagas. Mas, depois, ter-se-á lido ou ouvido que o modelo ideal teria uma página — também já vimos que não é bem assim. De igual forma, não é inteiramente verdade que o modelo Europass deva ser evitado. “Não há um tipo certo de CV. Depende da vaga, do tipo de empresa”, explica a recrutadora Ana Lopes, da Cognizant.
No que diz respeito ao Europass, “faz sentido usá-lo para vagas noutros países”. É que o Europass “permite-te comunicar eficazmente as tuas competências e qualificações na Europa”, lê-se na página da União Europeia dedicada ao modelo. Criado em 2005 pela Comissão Europeia, o Europass pode ser preenchido em 29 línguas e dá as “informações exactas para poderes trabalhar e aprender na Europa”.
Se visitares o endereço que te permite preencher o Europass, poderás reparar na quantidade de campos para preencher. Num primeiro momento, terás de indicar os teus dados pessoais (nome, data de nascimento, género e nacionalidade) e escrever uma pequena biografia; depois, ainda na mesma página, são-te pedidos dados de contactos (e redes sociais), bem como o teu endereço. Nem todos os dados são de preenchimento obrigatório — e alguns são mesmo “acessórios”, caso te candidates a uma posição no teu país de origem. “Para além de ser muito restritivo e maçador para quem o lê, há campos de preenchimento acessórios e que o recrutador não precisa de saber”, aponta Célia Marques. Para a recrutadora, “o modelo é de evitar, a menos que seja exigido”.
Depois da secção de dados pessoais, contactos e endereço, é-te permitido escolher qual a secção que se sucede. E há muitas hipóteses: das habituais “experiência profissional” e “educação e formação” às menos populares “projectos”, “distinções e prémios” ou “competências de gestão e liderança”. Mas, mais uma vez, o preenchimento destas secções deve ser tido em conta consoante a tua realidade e o cargo a que te candidatas. No campo da investigação, é provável que faça sentido priorizares as “publicações” e os prémios e distinções que foste recebendo.
Já deves ter percebido que a resposta ao título deste artigo é diferente para cada um. Mas podemos apontar alguns prós e contras. O Europass é de fácil preenchimento e, seguindo os passos, terás um currículo com uma lógica estruturada. Bónus: detecta erros de ortografia. Por outro lado, não é dado a rasgos criativos e poderá tornar-se demasiado longo. E há quem o ignore nos processos de recrutamento. Contudo, um Europass aborrecido será sempre melhor do que um modelo com melhor palete de cores do mundo, mas entupido de erros e sem estrutura.