A modelo trans Munroe Bergdorf apela aos gigantes das redes sociais para combater abusos online
A modelo apelou para que as empresas de redes sociais actuem mais rapidamente e apaguem comentários transfóbicos e racistas das suas plataformas. A activista, que se viu forçada a apagar a sua conta no Twitter, considera que a aplicação “não é segura para pessoas transgénero”.
Com o abuso online a empurrá-la a sair do Twitter, a modelo transgénero Munroe Bergdorf pediu às empresas de redes sociais que ajam mais rapidamente para combater o racismo e a transfobia nas suas plataformas. A modelo transgénero, que diz receber ameaças regularmente e espera horas para que os comentários racistas sobre ela sejam excluídos, pediu para que as empresas de redes sociais invistam nas minorias, criando algoritmos que as protejam melhor de abusos.
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Com o abuso online a empurrá-la a sair do Twitter, a modelo transgénero Munroe Bergdorf pediu às empresas de redes sociais que ajam mais rapidamente para combater o racismo e a transfobia nas suas plataformas. A modelo transgénero, que diz receber ameaças regularmente e espera horas para que os comentários racistas sobre ela sejam excluídos, pediu para que as empresas de redes sociais invistam nas minorias, criando algoritmos que as protejam melhor de abusos.
“Se puderes censurar um mamilo e uma fotografia é logo retirada da rede social porque contém um mamilo, então por que não desenvolver um algoritmo que se foque no discurso transfóbico ou racista?”, pergunta a modelo britânica. Em resposta, um porta-voz do Twitter disse que manter as pessoas seguras é a prioridade número um.
“Proibimos atingir indivíduos com calúnias, metáforas ou outro conteúdo repetido que pretenda desumanizar, degradar ou reforçar estereótipos negativos ou prejudiciais sobre uma categoria protegida”, respondeu por e-mail. “Isso inclui a falsificação de género ou o uso de nomes de indivíduos transgéneros mortos”, acrescentou ainda, referindo-se à utilização do nome de uma pessoa transgénero antes da transição sem o seu consentimento.
Trabalhar juntos
Os gigantes das redes sociais estão sob escrutínio global por causa do tratamento de conteúdo problemático. Quando Bergdorf escreveu no Twitter, há uma semana, que ia falar num evento do Dia Internacional da Mulher em Março, dezenas de pessoas responderam que não devia ser convidada porque não é mulher.
“Sabemos quão subtil é a misoginia”, disse Bergdorf, que respondeu ao abuso com um post no Instagram onde dizia estar cansada de ser um saco de pancada e que o Twitter não era uma aplicação segura para pessoas transgénero. “Por que é permitido, nas redes sociais, chamar uma mulher transgénero de homem ou atacar alguém de forma direccionada e hostil?”
Bergdorf foi notícia quando, depois de ter sido escolhida pela gigante francesa de cosméticos L’Oréal como a sua primeira modelo transgénero na campanha publicitária de 2017 que celebrava a diversidade, foi despedida por dizer no Facebook que todos os brancos eram racistas.
Três anos depois, a L‘Oreal retractou-se e ofereceu-lhe um novo emprego com o objectivo de moldar as políticas de diversidade da empresa. “Se conseguirmos arranjar uma maneira de trabalharmos juntos, então devemos fazê-lo”, afirmou a activista de 34 anos, explicando como uma conferência de três horas via Zoom com a presidente da L'Oréal Paris, Delphine Vigueir a convenceu que a empresa tinha mudado.
A modelo e activista aconselhou outros utilizadores transgéneros de redes sociais a não discutirem online com pessoas que não aceitam a sua identidade de género e pedem que mulheres transgénero sejam excluídas de espaços exclusivos a mulheres como as casas de banho. “Só podemos conversar com pessoas que estão dispostas a perceber que podem estar erradas”, disse Bergdorf, que também está a escrever um livro sobre género, que já tem título, Transitional.