RTP estreia série com a viagem da Sagres a caminho da circum-navegação

A pandemia cortou a recriação da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães. Mas há muita viagem para ver: 22 de Fevereiro é dia de mar (e canal) aberto com Fernão de Magalhães 2020. Na série, a RTP vai na senda do navio-escola e da memória da façanha de há cinco séculos.

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Habituado a galgar os sete mares, o navio-escola Sagres tinha para 2020 um projecto especial, tanto na ambição como na carga simbólica: percorrer a rota em que, cinco séculos antes, se tinham aventurado os pioneiros da volta ao mundo. A RTP embarcou no projecto para o reportar nas suas etapas-chave.

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Habituado a galgar os sete mares, o navio-escola Sagres tinha para 2020 um projecto especial, tanto na ambição como na carga simbólica: percorrer a rota em que, cinco séculos antes, se tinham aventurado os pioneiros da volta ao mundo. A RTP embarcou no projecto para o reportar nas suas etapas-chave.

A empreitada começou a 5 de Janeiro desse ano, com o navio a zarpar de Santa Apolónia, em Lisboa. A pandemia veio afundar parte dos planos dos mais de 140 marinheiros modernos. Prevista para durar mais de um ano, a viagem foi interrompida ao fim de quatro meses. A embarcação recebeu ordem de regresso a 24 de Março e atracou a 10 de Maio, em Almada. Ainda assim, foi tempo suficiente para registar material para a série documental que pode ser vista na íntegra, a partir de segunda-feira, na RTP1. 

O canal público fez um conjunto de reportagens em terra e no mar. Mergulhou no quotidiano a bordo. Documentou o que foi vendo de porto em porto. Foi ao encontro do navio-escola nas Canárias, de onde o acompanhou até Cabo Verde. Depois, foi ao Brasil reencontrá-la e seguiu viagem para o Uruguai e a Argentina. 

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Este domingo, o navio-escola fez-se ao mar iniciando a viagem que reedita e celebra a circum-navegação de Fernão de Magalhães há 500 anos. Serão 371 dias a dar a volta ao mundo, com paragens em 22 portos, alguns deles com eventos muito especiais, como em Tóquio: no navio segue a bandeira que Portugal usará nos Jogos Olímpicos. No Chile, participará nas comemorações da Descoberta do Estreito de Magalhães.

Fugas

Para os autores da série, Sofia Leite e António Louçã, a viagem surgiu como “uma oportunidade de eleição para um olhar sobre o que se tornaram, 500 anos depois, as economias e sociedades que se encontravam na sua rota prevista; sobre o impacto que teve na natureza o processo de globalização simbolicamente iniciado com a viagem de Magalhães; sobre o destino que tiveram os povos indígenas objecto daqueles ‘achamentos’; sobre as colonizações que vieram enxertar-se no seu habitat”.

O primeiro episódio, Sagres, a Viagem 500 Anos Depois, é reposto às 14h15 de 22 de Fevereiro, a seguir ao Jornal da Tarde. Já foi emitido em Outubro, em jeito de aperitivo para a série e como forma de assinalar o quinto centenário do momento em que a frota atravessou uma passagem navegável entre os oceanos Atlântico e o Pacífico – o estreito de Magalhães –, no decurso da façanha histórica que foi a viagem de circum-navegação da Terra, realizada pelo português Fernão de Magalhães e o espanhol Juan Sebastián Elcano, e financiada pela coroa espanhola. O comandante luso morreria nas Filipinas, num confronto com guerreiros locais. Seria Elcano a terminar a expedição que provou que o planeta era esférico. 

O segundo capítulo, Tenerife, a Outra Pérola do Atlântico, dedicado à ilha que serviu de primeira escala à rota original, tem estreia marcada para as 21h. As próximas emissões de Fernão de Magalhães 2020 estão agendadas para 4 e 15 de Março.