A geração Z e os millennials estão em guerra no TikTok — por causa de skinny jeans
Calças justas, risca do cabelo ao lado, emoji de rir até às lágrimas: três motivos para os tiktokers da geração Z dizerem aos millennials que estão fora de moda. Descansem boomers, os millennials são o novo alvo favorito dos jovens nascidos depois dos meados dos anos 90.
Antigos aliados no revirar de olhos (online) que é a expressão “ok, boomer", a geração Z e os millennials desfizeram tréguas no TikTok.
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Antigos aliados no revirar de olhos (online) que é a expressão “ok, boomer", a geração Z e os millennials desfizeram tréguas no TikTok.
As razões da discórdia com os millennials são várias, desde terem de saber a que casa do Harry Potter pertencem até à obsessão pela pausa para café e ainda terem um perfil no Facebook, mas, a julgar por milhões de vídeos publicados na rede social, as divergências tornam-se fracturantes em três tópicos: calças justas, risca do cabelo ao lado e o emoji de rir até às lágrimas.
Os jovens nascidos entre 1995 e os anos 2010, a chamada geração Z, parecem concordar que todos devem usar o cabelo com risca ao meio e rir-se pressionando teclas aleatórias em simultâneo (para os millennials: quase como se o gato tivesse passado por cima do teclado). Mas quem nasceu entre 1981 e 1994 não está pronto para regressar às calças largas — e não quer ouvir conselhos da geração que, “por causa de um desafio, comeu cápsulas de detergente”.
Desde Janeiro, quase 300 mil vídeos foram publicados no TikTok com a etiqueta “no skinny jeans”. “Três formas de usar skinny jeans”, começa um dos vídeos, antes de as enumerar: “deita-as fora”, “queima-as”, “corta-as e transforma-as noutra coisa”.
A preferência por calças mais largas alinha-se com uma geração que pede mais diversidade, na moda e não só. Billie Eilish, a cantora americana de 19 anos, assumiu a sua preferência por roupas largas para desviar a atenção de comentários sobre o seu corpo. Numa edição recente da In or Out, uma rubrica da Esquire, Luka Sabbat, o modelo e criativo de 23 anos, aprovou as meias com sandálias, mas reprovou as calças de ganga que, diz, “já não são assim tão lisonjeadores, hoje em dia”.
Generalizações à parte, e pensando nos ciclos da indústria da moda, outros que só agora chegaram ao braço de ferro disputado na Internet levam a vitória: numa pandemia, as únicas calças que importam são as de fato de treino, notam. "Usem o que quiserem", dizem.